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Agricultura

Meio ambiente: críticas da União Europeia já eram esperadas, diz Tereza Cristina

A ministra da Agricultura defendeu que as informações sobre questões ambientais sejam unificadas para aumentar a concorrência de produtos brasileiros

Tereza Cristina, ministra da Agricultura, fala sobre Funrural
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em entrevista à rádio CBN na manhã desta quarta-feira, dia 3, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o Brasil já enfrenta questionamentos da França com relação ao meio ambiente há muitos anos. “A França é muito protecionista, principalmente com agricultura. As críticas já eram esperadas pelos dois lados do acordo Mercosul e União Europeia”, afirmou a ministra. Depois de 20 anos de negociação, o tratado entre os blocos econômicos foi oficializado na última sexta-feira, dia 28.

Tereza Cristina defendeu informações unificadas sobre as questões ambientais e afirmou que o Brasil já enfrenta pressão de ambientalistas da União Europeia. “Quando temos dados divergentes sobre meio ambiente, acabamos favorecendo concorrentes. O Brasil enfrenta ataques porque é mais vulnerável que os Estados Unidos, que têm economia mais forte”, argumentou.

A ministra não confirmou o dado divulgado nesta semana de que o desmatamento na Amazônia aumentou 60% em junho, em comparação com o mesmo mês do ano passado, divulgada na terça-feira, 2, pela CNN.

Ainda sobre as questões ambientais, a ministra citou o dispositivo de precaução, previsto no acordo entre União Europeia como uma garantia para o governo brasileiro. Segundo ela, o dispositivo é restrito à discussão de base científica. “Não vão poder falar que estamos desmatando a Amazônia ou acabando com áreas indígenas sem provas. As acusações precisarão de provas científicas”, explicou. 

Tereza Cristina estima que, no máximo, em até dois anos o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia deve ser aprovado por todas as partes. “Ainda há ajustes a serem feitos, mas já caminhamos muito. Agora, o acordo precisa ser aprovado pelos quatro países do Mercosul e pelos parlamentos de 27 países da UE”, disse.

Quanto à aprovação do texto do acordo pelo Congresso brasileiro, Tereza Cristina defendeu que o governo tem de discutir com o Legislativo qual é o melhor momento para votação do documento. “A aprovação é mais complicada para a UE, que precisa de consenso entre os 27 países do bloco”, observou Tereza Cristina. 

Outros pactos

O acordo histórico entre Mercosul e UE permitirá ao bloco avançar em outros pactos comerciais de interesse, na análise da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Temos 4 acordos em vista que podem ser fechados nos próximos anos: acordo com Associação Europeia de Livre Comércio (Efta), Canadá, Coreia do Sul e Cingapura”, afirmou.

Segundo a ministra, o Mercosul ganhou muito com o fechamento do acordo com o bloco europeu. “Ainda há pontos a serem ajustados, mas já avançamos muito. Com desagravos e cotas, chegaremos em alguns anos em um livre comércio total”, projetou Tereza Cristina.

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