Segundo Meirelles, a estabilidade do poder de compra da moeda, que deve ser garantida pelo governo, veio para ficar. Também são importantes, na avaliação dele, o câmbio flutuante, que busca o equilíbrio externo, e o sistema de metas de inflação, que assegura o equilíbrio interno.
Ele enfatizou ainda que a “dívida pública cadente assegura uma sustentabilidade fiscal” e garante que não haja insolvência do Estado, o que geraria consequências financeiras e na estabilidade da moeda.
Meirelles disse ainda que o Brasil aprendeu com as lições de crises financeiras e bancárias do passado. Segundo ele, as normas prudenciais brasileiras já foram vistas como um problema, uma vez que outros mercados “podiam ser mais criativos, assumir mais riscos”, mas isso mudou. Atualmente, essas normas são consideradas modelos.
Para o presidente do BC, é importante que em períodos de crescimento “as normas prudenciais e de crédito sejam rigidamente seguidas”. Segundo ele, a experiência mostra que problemas surgem na euforia, quando o horizonte indica aparente inexistência de risco.
Meirelles também destacou que é preciso pensar em “expandir além da fonte tradicional de recursos [poupança] para o financiamento imobiliário”, mas sem criar mecanismos artificiais. Na avaliação do presidente do BC, também é importante discutir a qualidade do crédito, o monitoramento ao longo do financiamento e o equilíbrio entre ativos e passivos das instituições.