Em palestra durante o 8º Seminário de Economia, promovido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Meirelles disse que o Brasil tem demonstrado estar preparado para enfrentar choques diversos. Ele alertou, no entanto, que “os problemas são criados na expansão e aparecem na retração”, fazendo uma referência aos efeitos provocados na economia mundial pela quebra do banco norte-americano Lemann Brothers.
Para Meirelles, o Brasil só conseguiu atravessar o período crítico da crise financeira internacional, deflagrada em setembro do ano passado, em condições mais favoráveis do que o resto do mundo porque foi criado “um colchão de capital”. Ele observou que as instituições financeiras brasileiras têm conseguido manter a oferta de crédito com limites razoáveis de taxa de risco, em níveis acima do Índice de Basileia, de 11%.
Segundo Meirelles, por ter equilíbrio fiscal e monetário, o país reagiu bem à crise, enfrentando a queda da demanda no comércio internacional, no auge dos problemas, porque havia um ambiente doméstico favorável para que se explorasse o mercado interno.
Embora não passasse ileso, porque houve perda de 800 mil postos de trabalho, o Brasil conseguiu repor esse quadro, aumentando as contratações para um número superior a um milhão, disse o presidente do BC.
Entre os setores bem-sucedidos, Meirelles citou a indústria automobilística que, pelas projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), atingiu níveis recordes de produção e de vendas.