Melão ajuda a manter equilíbrio das exportações do Rio Grande do Norte

Fruta voltou a ser o principal item da pauta externa, com vendas de U$ 50,6 milhões e uma variação positiva de 10,6% em relação ao ano anteriorO Rio Grande do Norte manteve praticamente o mesmo ritmo de exportações em 2011, com vendas na ordem de U$ 281,2 milhões, representando ligeira queda de 1,2% em relação ao ano de 2010, quando exportou U$ 284,7 milhões. Os dados da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec) apontam também a recuperação do melão, que voltou a ser o principal item da pauta externa, com vendas de U$ 50,6 milhões e uma variação positiva de 10,6% em relação ao ano anterior (U$ 45,7 milhões).

Outro dado positivo para os produtores do melão foi o aumento no preço médio de venda para o mercado externo. Enquanto em 2010 foram comercializadas 71,5 mil toneladas, em 2011 foram 72,1 mil toneladas. De acordo com o coordenador de Desenvolvimento Comercial da Sedec, Otomar Lopes Cardoso Júnior, isso significa que o volume exportado aumentou em apenas 0,9% e o valor médio do melão teve um incremento de 9,6%.

– O melhor preço obtido é resultado também de uma política de oferta de produtos com maior valor agregado (melão com melhores preços no mercado comprador), uma estratégia que os produtores do Estado anunciaram em anos anteriores como alternativa à crise do consumo, de produzir melões mais selecionados com melhores preços – analisa Otomar Cardoso.

Em segundo lugar na pauta, a castanha de caju movimentou U$ 50,2 milhões em 2011, com um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior. Cerca de 60% do volume vendido no Exterior teve como destino os Estados Unidos (maiores compradores mundiais do produto). Canadá, Reino Unido e Holanda são outros mercados importantes para o produto potiguar.
 
O pescado, com a chegada de investidores japoneses em parceria com empresa local, alcançou o quarto lugar entre os produtos destinados ao mercado consumidor externo, com um expressivo crescimento de 83,4% em 2011, alcançando a marca de U$ 17,9 milhões (em 2010 foram U$ 9,8 milhões). Um comprador de pouca relevância em anos anteriores, o Japão já se posiciona no oitavo lugar no ranking dos maiores destinos da produção norte-rio-grandense, com U$ 10,5 milhões em compras enquanto em 2010 comprou somente U$ 273,1 mil.

A fruticultura ocupa relevante espaço nas vendas para o mercado externo com a banana, na quinta posição (U$ 13,6 milhões); manga, na oitava posição (U$ 10,8 milhões); melancia, na 12ª posição (U$ 6,0 milhões) e ainda o mamão, na 19ª posição (U$ 4,0 milhões). Somados ao melão e castanha de caju, as exportações das principais frutas do Rio Grande do Norte alcançaram U$ 135,2 milhões, o que representa 48% de todas as vendas externas realizadas em 2011.
        
O mel também recuperou seu espaço no mercado global em 2011, com U$ 4,5 milhões exportados, ante a queda verificada em 2010 (U$ 1,8 milhão). O mercado dos Estados Unidos foi responsável pela compra de 95% do mel potiguar destinado ao comércio Exterior.
               
Segundo análise inicial da coordenadoria de Desenvolvimento Comercial da Sedec, 15 os produtos da pauta externa que apresentaram indicadores superiores em relação ao ano anterior merecendo o devido destaque para o melão, mel, peixes e o setor mineral devem permanecer em alta durante esse ano, gerando uma expectativa positiva para o conjunto da economia exportadora no Estado.
        
Com a implantação de novos empreendimentos no Estado, previstos para os próximos três anos (Copa do Mundo e Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante), novas fronteiras comerciais devem oferecer oportunidades de negócios e de promoção também no comércio Exterior.

– A expectativa, apesar das incertezas externas, é de que em 2012 as exportações do Rio Grande do Norte continuem a repetir seu conceito tradicional, de crescimento ano a ano. Em 2011, voltamos a ser superavitários, com um saldo comercial de U$ 38,6 milhões. A meta é manter o crescimento das exportações e ampliar as importações que possam gerar novos negócios sem competir com o produto local – destaca Otomar Cardoso.