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Melhorias no Porto de Rio Grande podem elevar capacidade de embarque em 50%

Segundo Farsul, investimento necessário é de R$ 180 milhões, o que aumentaria o calado do porto de 42 para 47 pésA Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou nesta segunda, dia 23, propostas para aperfeiçoar a logística do Porto de Rio Grande e, com isso, melhorar a navegabilidade das hidrovias do Estado. O investimento calculado é de R$ 180 milhões. 

O trabalho foi desenvolvido durante nove meses pela Farsul, ouvindo operadores e usuários do porto. A ideia é ampliar o calado do local e implantar um sistema moderno de gerenciamento de tráfego marítimo, entre outras medidas.

A principal mudança é a dragagem de manutenção que permite ampliar o calado do porto de 42 para 47 pés, o que possibilitaria tráfego de navios maiores e aumento de carga dos navios que já utilizam o local. Atualmente, o máximo de carga que os navios costumam transportar é 50 mil toneladas.

Com a ampliação, há possibilidade de embarcar 75 mil toneladas em navios de classes superiores à Panamax, reduzindo o custo por tonelada. Sob a responsabilidade da Secretaria Especial dos Portos, o processo está em fase de licitação até 27 de fevereiro. Duas empresas estariam interessadas em tocar o projeto até o momento, revela o superintendente do Porto de Rio Grande, Janir Branco.

Para a agricultura, a operação de navios maiores no porto tende a diminuir o custo do frete e aumentar o prêmio ao produtor, que leva em conta fatores como a eficiência do porto exportador e é definido conforme análise do mercado. Com as melhorias sugeridas, o prêmio deve subir, aumentando também a renda do produtor. Um navio que parte para o mar parcialmente carregado, por exemplo, tem os preços desvalorizados.

Outros investimentos

Outra sugestão do grupo é a implantação, no Porto, do Sistema de Gestão de Tráfego de Embarcações (VTMIS, na sigla em inglês), que monitora, em tempo real e sob qualquer condição climática, a posição e a velocidade das embarcações do porto, entre outras informações, além de fornecer dados precisos sobre o nível de água, salinidade, velocidade da corrente e de ventos.

Tudo isso é observado de torres de controle automático, aumentando a segurança do local e agilizando as operações. O projeto para instalação, aquisição dos equipamentos e capacitação da equipe está em andamento. Se as melhorias forem implementadas, haverá a possibilidade de manobras 24 horas por dia, mesmo em condições adversas.

As demais ações envolvem sinalização nas bacias de evolução (áreas de giro) dos navios, através do posicionamento das boias de sinalização no canal de acesso ao porto, e a homologação, por parte da Marinha, do regramento para a entrada de navios de até 370 metros de comprimento e a autorização para uso de 47 pés do calado. Em relação às hidrovias, o grupo sugere dragagem e melhoria nas instalações e sinalizações ao longo das principais vias que ligam portos como o de Estrela ao Porto de Rio Grande, atendendo não só as demandas do Estado, como também os países vizinhos Uruguai e Argentina.

O custo para o monitoramento via VTMIS seria de R$ 25 milhões, de acordo com documentos enviados pelo Sistema Farsul ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e à presidenta Dilma Rousseff. A sinalização de todo o canal, por sua vez, demandaria outros R$ 5 milhões. Em torno de R$ 120 milhões seriam necessários para melhorar o aproveitamento de rios, lagoas e canais navegáveis como hidrovias, além de R$ 30 milhões para a sinalização destas. O custo total, portanto, é de cerca de R$ 180 milhões.

O Superintendente do Porto, Janir Branco garantiu que todas as sugestões estão na agenda do governo. O secretário de Transporte e Mobilidade, Pedro Westphalen, destacou que essa é uma etapa importante para diminuir o custo logístico no Estado e integrar os modais rodoviários, ferroviários e hidroviários. Westphalen acrescentou que a única maneira dessas iniciativas avançarem é através de parcerias entre o poder público e empresas privadas.

– É um investimento público que rapidamente traz resultados, com o aumento da competitividade e da movimentação no porto e consequente desenvolvimento econômico. Para os produtores rurais, o resultado esperado é o aumento do prêmio e de preços pagos à soja e outros grãos entregues em Rio Grande, ou seja, mais dinheiro no bolso do agricultor e circulando na economia – afirma o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto.

Pauta convergente

As propostas foram apresentadas ao governo do Estado, representado pelos secretários de Transporte e Mobilidade, Pedro Westphalen, acompanhado pelo superintendente do Porto de Rio Grande, Janir Branco; de Agricultura e Pecuária, Ernani Polo; e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco.

– Nossas pautas são convergentes – destaca Sperotto, ao ressaltar o interesse do poder público em investir no porto.

Participaram também da reunião o diretor do Departamento de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária do Ministério da Agricultura, Hélcio Botelho, representando o secretário do Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Caio Tibério da Rocha; o secretário de Infraestrutura Portuária da SEP, Américo Leite de Almeida; presidente da Fiergs, Heitor José Muller; representantes da Fecomércio e Federasul, além de operadores e usuários que integraram o grupo de trabalho com a Farsul.

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