Como o volume colhido no Estado é bom e o país tem estoques de 11 milhões de toneladas, as indústrias compram na medida da necessidade. As indústrias de carne suína não têm buscado formar estoques maiores por falta de recursos disponíveis, disse o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos, Rogério Kerber. No ano passado, as empresas perderam US$ 230 milhões no faturamento das exportações, em comparação ao resultado de 2008, por causa dos preços deprimidos no mercado externo, relembra Kerber.
O Rio Grande do Sul respondeu pelo maior volume exportado de carne suína entre os Estados, com 236 mil toneladas, e US$ 496 milhões em receita. Os preços melhoraram no primeiro trimestre de 2010, que teve média de US$ 2.341,00/tonelada, 15,5% acima do obtido em 2009. Com o mercado mais difícil em 2009, o setor utilizou as reservas de capital de giro para continuar operando, disse Kerber.
Entre as indústrias de carne de frango, a leitura é semelhante.
? Vínhamos trabalhando com prejuízo e (o preço do milho) dá oportunidade de reduzir custos ? analisou o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Luiz Fernando Ross.
Mesmo assim, transfere uma preocupação para o segundo semestre, quando começa o plantio de milho no Estado, que pode ser feito a partir de agosto.
? Temos consciência de que o milho tem que gerar rentabilidade ? constatou o dirigente, sobre o risco de o preço deprimido reduzir novamente a área cultivada, que já caiu 15% na safra 2009/10.
O milho representa cerca de 70% da composição da ração de suínos e tem maior peso ainda na alimentação de aves.