Mercado brasileiro de plantas e flores ornamentais está em expansão

Cooperativa Veiling Holambra é a única da América Latina a usar um modelo de leilões semelhante ao da HolandaO Brasil tem potencial para aumentar o consumo de plantas e flores ornamentais. A avaliação é da Veiling Holambra, que comercializa quase metade da produção nacional. A cooperativa é a única da América Latina a usar um modelo de leilões semelhante ao da Holanda. A equipe do Canal Rural foi até Santo Antônio de Posse, no interior paulista, conferir como funciona o sistema, e comprovou que o mercado de flores já está crescendo.

O comprador Reginaldo Alfredo Ribeiro representa uma rede de supermercados que atua em São Paulo e Minas Gerais. A empresa compra em média R$ 200 mil por mês em plantas ornamentais. Até seis anos atrás, ele adquiria o produto em vários lugares. Porém, de lá para cá, passou a participar apenas de leilões.

? Até surge oportunidade de comprar fora, mas eu prefiro não comprar. Às vezes, a gente acaba se adaptando ao que tem aqui justamente para não precisar deslocar caminhão para fora do Veiling. Está tudo aqui dentro ? explica Ribeiro.

O leilão facilita a relação entre o produtor e o comprador. A principal característica é o sistema reverso. O preço inicial é o mais alto. Com a negociação, os valores vão caindo.

Nos relógios aparecem as informações sobre os lotes. Pelo painel, o comprador escolhe o tipo e quantidade do produto e já faz a ordem de compra. Quem fizer a oferta primeiro arremata o lote. Cada operação leva, em média, 1,5 segundo. Por ano, são vendidas assim 220 milhões de flores e plantas ornamentais.

? Se nós dependêssemos de um mercado tradicional, nós não conseguiríamos colocar isso no mercado. Esse sistema dá a possibilidade de produtor focar exclusivamente a produção. O resto, o sistema faz, coloca à disposição do cliente volume e qualidade. Quem decide comprar, realmente, o que vale e o que não vale, é o cliente naquele momento ? explicou o gerente comercial da Veiling Holambra, José Carlos de Godoy.

A cooperativa Veiling Holambra, comercializa 45% da produção brasileira. Em 2010, os leilões devem gerar R$ 300 milhões em negócios. Em 2009, foram R$ 262 milhões.

A empresa em que o José Mario trabalha comercializa flores no Veiling desde a criação da cooperativa, há mais de vinte anos. Só em orquídeas, a expectativa é aumentar as vendas em 13% neste ano.

? Há um crescimento dos dois lados. Na quantidade e no faturamento. A cada ano vem crescendo. É positivo. É uma coisa que funcionou. Hoje [nesta segunda, dia 13], o Veiling precisou de uma área maior para acomodar mais clientes e mais fornecedores ? avaliou o gerente de vendas da Ven Flor, José Mário G. Pereira.

No ano que vem, o gerente acredita que a demanda por plantas ornamentais deve crescer. O volume comercializado pode subir 15%, já que a cooperativa está ampliando a estrutura dos leilões. Segundo a empresa, os brasileiros gastam em média até US$ 10 per capita por ano com esse tipo de produto. Na Argentina, esse valor chega a UD$ 25. Em países como Suíça ou Suécia, passa dos US$ 100. Por isso, a intenção é ampliar o consumo no Brasil.

? Floricultura, grandes redes de supermercados estão tendo o produto, principalmente supermercados. Atualmente, as classes A e B conseguem comprar o produto na floricultura ou decoradores, mas as classes C, D e E também têm condições de ter esses produtos no dia-a-dia e com preços acessíveis ? disse José Carlos de Godoy.