Sala cheia em um cursinho pré-vestibular de Porto Alegre. Quem perguntar aos alunos para que curso eles vão fazer vestibular, pode ter uma resposta surpreendente. É cada vez maior o número de interessados em trabalhar fora das cidades. A vestibulanda Thayna Lima Fagundes fez a escolha por agronomia pela convivência com a tia que vive em uma fazenda.
? Feriados, férias, eu sempre vou pra lá e adoro ? conta.
E a opção veio sem nenhuma pesquisa sobre o mercado de trabalho.
? Se não está tão grande assim o mercado eu vou ter que me esforçar pra me destacar e aí conseguir um lugar bom ? afirma Thayna.
Agronomia e veterinária já foram os mais procurados entre os cursos ligados ao agronegócio. Hoje, eles dividem a atenção com outros, como engenharia de alimentos, engenharia de produção, engenharia ambiental e zootecnia.
O primeiro curso de zootecnia no Brasil foi criado em 1966, em Uruguaiana, na fronteira com a Argentina. Nos últimos 20 anos, a oferta cresceu 400%. Já são 30 mil zootecnistas formados e 18 mil matriculados no país. Cerca de cinco mil se formam a cada ano.
? É um mercado praticamente garantido porque o Brasil tem um agronegócio muito significativo. Essa área representa 33% do PIB brasileiro praticamente. Então nós temos 104, 105 cursos de zootecnia no Brasil para formar esta quantidade de alunos, para então atender esta demanda do agronegócio brasileiro ? relata o professor Jaime Cobuci.
A preocupação crescente com a sustentabilidade faz com que seja cada vez maior a busca pelo engenheiro ambiental.
? Ele tem espaços de atuação na iniciativa privada, pode montar seu próprio escritório, sua própria empresa, porque realmente, vai ter sempre um espaço muito amplo de interação com as demais áreas. Com isto o engenheiro ambiental tem uma grande flexibilidade de atuação profissional, tanto na indústria, como nos órgãos públicos, nos órgãos de gerenciamento ambiental. e com isso, então, tem uma oportunidade de mercado de trabalho muito atraente ? explica o engenheiro ambiental Luis Montégia.