O mercado de trigo no Brasil continua a operar em ritmo lento, com os produtores concentrados nas atividades agrícolas.
No interior do Paraná, as indicações de preço variam entre R$ 1.250 e R$ 1.300 por tonelada. As transações mais recentes no Rio Grande do Sul ocorreram em torno de R$ 1.300 por tonelada.
De acordo com Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, os compradores estão aguardando o momento oportuno para ampliar seus estoques, à medida que a nova safra chega ao mercado.
Os produtores estão direcionando seus esforços para o manejo das lavouras.
Embora algumas regiões tenham enfrentado condições climáticas secas, a safra ainda possui um potencial de produção recorde.
No Paraná, as chuvas recentes foram benéficas, especialmente para as lavouras em estágios vegetativos de desenvolvimento.
Para as lavouras em floração e frutificação, as precipitações contribuem para o aumento da produtividade, mas podem também aumentar o risco de doenças.
Essas chuvas podem impactar negativamente a qualidade das lavouras prontas para colheita, que representam menos de 5% até o momento.
No Rio Grande do Sul, além da escassez de água, alguns especialistas da Agência Safras alertam para a ausência de temperaturas mais baixas.
Isso é particularmente evidente nas lavouras de trigo em Júlio de Castilhos, na região central do estado.
No entanto, há previsões de que o frio retornará no início da próxima semana. No norte do Rio Grande do Sul, a situação das lavouras parece ser pior em comparação com a safra anterior.
A seca levou a um aumento significativo de doenças fúngicas, devido à falta de aplicação adequada de ureia.
Embora a qualidade ainda não tenha sido afetada, a produtividade provavelmente será cerca de 10% inferior ao ano passado. As chuvas recentes trouxeram alguma melhoria para a situação das lavouras.
Trigo em Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) registrou um fechamento com queda acentuada nos preços do trigo.
Com a ausência de novas notícias sobre a situação na Ucrânia, o mercado voltou sua atenção para os fundamentos.
Os contratos de trigo caíram consideravelmente desde a reabertura, influenciados por movimentos de realização de lucros.
A ampla oferta proveniente da Rússia, com sua safra substancial e produtos mais acessíveis internacionalmente, tem pressionado as cotações em Chicago.
Recentemente, o Egito optou pelo trigo russo em licitações de importação, indicando a falta de competitividade do trigo dos Estados Unidos. O panorama também é influenciado pela colheita nos EUA e em outras nações do hemisfério norte.
No fechamento do mercado, os contratos com entrega prevista para setembro foram cotados a US$ 6,35 por bushel, uma queda de 21,25 centavos de dólar, ou 3,23%, em relação ao fechamento anterior.
Os contratos com entrega em dezembro foram negociados a US$ 6,61 3/4 por bushel, apresentando um recuo de 19,75 centavos, ou 2,89%, em relação ao fechamento anterior.