EM QUEDA

Mercado de trigo: preços em queda no Brasil

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago, os preços do trigo encerraram o pregão com queda significativa; cotações no Brasil também caíram

A segunda semana de agosto viu uma diminuição nos preços do trigo nas praças de comercialização do Paraná, encerrando com uma acomodação das cotações.

As taxas de compra FOB (Free On Board) no interior ficaram na faixa de R$ 1.250 a R$ 1.300 por tonelada, representando um declínio semanal de 4,2%.

Em comparação com o mesmo período do mês e do ano anterior, as quedas acumuladas são de 10,7% e 32,8%, respectivamente.

No mercado gaúcho, apesar da pressão dos compradores, os preços continuam em torno de R$ 1.300 por tonelada.

Essa faixa de preço é semelhante à da semana e do mês passado.

No entanto, em comparação com o mesmo momento do ano anterior, houve uma queda acumulada de 31,4%.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, esse declínio em relação ao mesmo período do ano passado é uma realidade em todas as principais regiões de produção do cereal.

O recuo dos preços no mercado brasileiro é atribuído à expectativa de uma produção abundante no país, aos preços internacionais em queda e ao valor do dólar abaixo de R$ 5.

Elcio Bento ressaltou que um aspecto positivo da temporada atual é a redução do custo de produção, que caiu entre 25% e 30%.

Isso, aliado a níveis satisfatórios de produtividade e qualidade, permite que os produtores obtenham margens adequadas para cobrir os custos operacionais da lavoura.

Chicago: queda nos preços do trigo

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os preços do trigo encerraram com uma significativa redução.

Isso ocorreu em resposta aos números do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no início da tarde.

O relatório apresentou perspectivas divergentes. Prevaleceu um viés baixista, com a estimativa de estoques finais nos EUA para o período 2023/24 muito acima das expectativas do mercado.

Por outro lado, houve notícias positivas, como a produção atual de trigo nos EUA e os estoques globais para os períodos 22/23 e 23/24, que ficaram abaixo das expectativas.

A safra global de trigo para 2023/24 está estimada em 793,37 milhões de toneladas, uma diminuição em relação às 796,67 milhões estimadas em julho.

Para o período 2022/23, a estimativa é de 789,97 milhões de toneladas.

Os estoques finais globais para 2023/24 foram projetados em 265,61 milhões de toneladas, em comparação com os 266,53 milhões de julho.

O mercado esperava 266,8 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 268,31 milhões de toneladas, enquanto se esperava 269,4 milhões.

A produção de trigo nos Estados Unidos para 2023/24 é estimada em 1,734 bilhão de bushels, ligeiramente abaixo da expectativa de 1,74 bilhão de bushels.

Em julho, a produção foi de 1,739 bilhão. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels.

Os estoques finais do país para 2023/24 foram projetados em 615 milhões de bushels, enquanto o mercado esperava 594 milhões.

Em julho, foram 592 milhões. Para 22/23, os estoques finais foram de 580 milhões, contra uma expectativa de 579 milhões.

No fechamento, os contratos com entrega em setembro foram negociados a US$ 6,26 3/4 por bushel, representando uma queda de 11,00 centavos de dólar ou 1,72%, em comparação com o fechamento anterior.

Já os contratos com entrega em dezembro foram negociados a US$ 6,53 3/4 por bushel, com uma diminuição de 10,00 centavos ou 1,5% em relação ao fechamento anterior.