Enquanto a economia mundial ainda enfrenta um processo lento de recuperação, o Brasil avança com nível aquecido de consumo, o que o caracteriza como mercado atraente também para exportadores de outros países. Não bastasse a capacidade de consumo, também o Real valorizado estimulou a importação de bens em geral. Esse quadro, por sua vez, preocupou agentes de todos os setores nacionais, principalmente daqueles com exportação forte, como o de carnes.
No mercado de suínos especificamente, apesar da redução das exportações em 2010, as cotações continuaram em alta, lembrando patamares anteriores à crise. Em valores deflacionados com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de nov/10, o quilo do suíno vivo era cotado a R$ 3,94 no Estado de São Paulo em outubro de 2008. Em dezembro de 2010, o mesmo animal é negociado a R$ 3,31/kg, sendo que a melhor cotação em 2010 foi de R$ 3,51/kg, no mês de novembro.
A maior queda foi registrada em março/09, quando o animal foi cotado a R$ 2,22/kg. A partir desse mês, houve valorizações constantes, apesar das turbulências do período decorrentes da crise financeira internacional.
De janeiro a dezembro de 2010, os preços do suíno vivo recebidos por produtores independentes subiram 31,5% no interior paulista, em termos reais – deflacionados pelo IPCA. Para as carnes, a carcaça suína especial teve aumento de 23% do primeiro ao último mês de 2010, em termos reais, enquanto a comum valorizou 22% no período, ambas negociadas no atacado da cidade de São Paulo. Entre setembro e novembro do ano passado, os preços recebidos no mercado doméstico estiveram mais vantajosos que os obtidos com a exportação.
Em relação ao mercado externo, de janeiro a dezembro, o valor médio da carne suína exportada aumentou 17% em dólar, para US$ 2.848,200/tonelada no último mês de 2010. O volume embarcado em dezembro foi de 81,2 mil toneladas, 1% maior que o do mesmo período de 2009.
Quanto aos insumos, a perda no poder de compra do suinocultor se deu principalmente em relação ao milho, que representa, em média, 65% do custo da ração, que, por sua vez, corresponde, em média, a 70% do custo total da produção. A recuperação dos preços do cereal a partir de julho veio da boa demanda de consumidores internos, da postura firme dos vendedores e também do avanço das exportações. A saca de 60 kg do milho registrou alta de 38,56% no interior paulista, em termos reais (IPCA).