No primeiro semestre, o setor entregou quase 13 milhões de toneladas de fertilizantes aos produtores rurais do país, 7% a mais do que nos seis primeiros meses de 2013. Se a produção agrícola vai bem, o mercado de fertilizantes comemora.
Mas a perspectiva para o segundo semestre e fechamento do ano não é das mais animadoras para o setor. Isso, porque alguns importantes produtos agrícolas, como soja, milho e algodão estão com os preços em queda, o que desfavorece a relação de troca entre o que se investe em fertilizantes e o que se obtém com a venda dos produtos. O resultado é a redução dos investimentos que os produtores rurais fazem em adubos.
– Da forma como o agricultor trabalha, ele tem que antecipar a sua receita. O produtor que vai fazer a safra verão de grãos no Centro-Oeste do Brasil, só vai colher ao longo de fevereiro e março. Tem um atraso de uns seis meses, que ele vai antecipar os gastos e depois ele vai receber estes recursos. Então, ele vai fazer uma troca entre a demanda de fertilizantes e a produção futura que é esperada – fala Thadeu Silva, diretor de inteligência de mercado INTL FCStone.
Para o especialista, a relação de preço entre o fertilizante e o grão que em produção é muito importante. Com a queda dos preços grãos, esta equação ficou mais desvantajosa este ano. Mesmo com preços de fertilizantes mais baixos no cenário internacional, a relação de troca está mais desvantajosa para o produtor, explica Silva.
– Se não houver uma reação muito forte da demanda, nós teremos preços bastante apertados e os custos subiram. Primeiro, porque houve acréscimo de preços dos defensivos, segundo porque houve a necessidade de incorporação de mais defensivos e insumos em geral – relata o presidente da Aprosoja/MT, Ricardo Tomczyk.
Os preços dos adubos estão sujeitos às oscilações de oferta e demanda externa, porque 75% dos fertilizantes usados no país são importados, o que não deve mudar a curto e médio prazo.
• Conheça a logística dos fertilizantes no Brasil, com Canal Rural Na Estrada