Os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo semestre divulgados nessa sexta, dia 2, que vieram em linha com as previsões do mercado, não devem ter impacto maior nas projeções para o ano. O problema, porém, é que o terceiro trimestre está se desenhando pior do que se acreditava anteriormente, para alguns analistas.
A corretora Convenção, por exemplo, que via um crescimento linear na faixa de 0,75% (ante o trimestre anterior, em bases dessazonalizadas) para o segundo, terceiro e quarto trimestres, já ressalva, em relatório, que “este terceiro trimestre, entretanto, não entregará essa taxa, afetado por uma exacerbação de incertezas e estoques elevados”.
Supondo que não haja ruptura externa e que os estoques sejam “digeridos”, a Convenção acredita numa retomada no quarto trimestre. Ainda assim, está revendo o crescimento do PIB no ano de 3,7% para 3,3%.
No caso da consultoria LCA, o indicador de atividade econômica (estimativa econométrica em tempo real do IBC-Br, o sinalizador mensal do PIB do Banco Central) está sugerindo que o terceiro trimestre pode ter crescimento próximo a zero, na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior.
Em relatório, a LCA chama atenção para o fato de que a pesquisa de confiança e intenções empresariais do HSBC/Markit Economics indica, inclusive, a possibilidade de queda do PIB no terceiro trimestre. Assim, a LCA está revendo para baixo a sua projeção de crescimento de 3,4% em 2011.
Já o Itaú-Unibanco espera que a demanda se desaqueça ainda mais neste segundo semestre. Em relatório, o banco nota que os dados iniciais de consumo, incluindo vendas de veículos, apontam para o esfriamento, assim com os primeiros sinais de crescimento mais lento do emprego. Mas o Itaú-Unibanco está mantendo a sua projeção de crescimento de 3,6% este ano.