Mercado de máquinas agrícolas registra crescimento

Anfavea divulgou levantamento de outubro nesta quinta, em São PauloApesar da crise, o mercado de máquinas agrícolas registrou crescimento em outubro. Os dados fazem parte do levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta quinta, dia 6, em São Paulo.

O documento inclui os números de todo o setor. A venda  de carros novos registrou queda de 11% em outubro  na comparação com setembro. As vendas a prazo também caíram quase 10% da primeira à ultima semana de outubro, reflexos diretos da dificuldade de financiamento, em função da falta de liquidez no mercado.

? O consumidor foi até a concessionária mas não encontrou o crédito, da forma como estava ocorrendo nos outros meses, e isso refletiu em retração nas vendas ? justificou o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.

Na contramão do setor automotivo está a indústria de máquinas agrícolas. O bom desempenho do ano se repetiu em outubro. As vendas internas cresceram 28,8% se comparado com o mesmo período do ano passado. E no acumulado do ano, o aumento foi de quase 46%.

? Não está havendo problemas com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Outubro ficou dentro da normalidade, como no resto do ano, e a expectativa da indústria para o final do ano é de que os pedidos que foram feitos se concretizem normalmente ? afirmou o vice-presidente da Anfavea, Gilberto Zago.

Uma das principais fabricantes do setor confirma que os reflexos da crise ainda não foram sentidos nas vendas.

? A empresa sabe que existe o problema da falta de crédito, que os agricultores estão enfrentando dificuldades, mas até agora ainda não sentiu isso ? garante o diretor de comunicação da Case New Holland.

Nesse cenário, a projeção da Anfavea de comercializar 53 mil máquinas até o final do ano está mantida. Mas para 2009, principalmente em relação às exportações,  não há tanta certeza.

? O caso mais delicado são as exportações, já que pra isso dependemos de como vai ficar o mercado pós-crise nos países que são nossos principais consumidores. Aí sim pode haver queda nas vendas externas ? revela Schneider.