O mercado de produtos para nutrição da soja cresceu 110% entre a safra 2019/20 e a 2022/23. Assim, partiu de cerca de US$ 7,8 bilhões para, aproximadamente, US$ 16,2 bilhões.
O levantamento faz parte do estudo FarmTrak Nutrição, da consultoria Kynetec, que analisou os segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação de base, adubação de cobertura, inoculantes, bioestimulantes e fertilizantes via semente e foliares.
Na comparação à safra 2021/22, quando as transações envolvendo esses produtos passaram de US$ 12 bilhões, a alta foi de 30%.
“Aumentaram os investimentos e também as áreas-alvo de tratamentos”, resume o especialista em nutrição de plantas da Kynetec, Giovanni Coser.
Sojicultor em busca de novidades
De acordo com Coser, por conta de o sojicultor estar sempre atento às novas tecnologias e em busca de produtividade, adere a novos produtos e a outras ferramentas nutricionais inovadoras.
Assim, na safra 2019/20, a primeira da série histórica do FarmTrak, o agricultor realizava em média 6,7 tratamentos, número que subiu para 7,6 no estudo recém-divulgado.
Conforme o especialista da Kynetec, os fertilizantes de solo, empregados no plantio ou em cobertura, mantêm histórica dianteira no mercado de nutrição da soja:
- Mais de 80% de participação ou aproximadamente US$ 12,9 bilhões
O desempenho da categoria de produtos, frisa ele, avançou mais de 100% ante a safra 2019/20 (US$ 6,392 bilhões).
Categoria de produtos
Coser esclarece ainda que, somados, os corretivos e condicionadores de solo, e a adubação via semente e foliar, inclusive bioestimulantes, além de inoculantes, responderam por 19% do resultado do mercado de insumos para nutrição da oleaginosa no ciclo 2022/23, em torno de US$ 3 bilhões.
Por categoria de produtos, o segmento formado pelos fertilizantes foliares e via tratamento de sementes atingiu US$ 1,07 bilhão, uma elevação de 35% sobre 2021/22 (US$ 695 milhões).
As vendas para nutrição foliar foram de:
- US$ 730 milhões (+34%);
- Para tratamento de sementes: US$ 115 milhões (+27%)
- Os bioestimulantes, por sua vez, movimentaram US$ 222 milhões (+43%).
Aplicação de MAP na soja
Desdobramentos do FarmTrak Nutrição 2022/23 trouxeram à luz uma elevação representativa, especificamente, no desempenho dos fertilizantes de solo MAP (fosfato monoamônico) e superfosfato simples, empregados na fase de plantio.
Somados, tais produtos giraram cerca de R$ 3,1 bilhões, um acréscimo de 12% ante a pesquisa anterior, e totalizaram 30% do volume de insumos para nutrição da soja aplicados no plantio.
“Com adoção média de 24%, a fórmula MAP apresentou avanços em adoção principalmente nas regiões Centro, de 31% e Centro-Norte, de 41%. Nestas, houve ao menos uma aplicação de MAP”, salienta Coser.
Bioestimulantes e inoculantes
No tocante aos bioestimulantes, outro recorteda Kynetec, o crescimento foi de 38% frente à safra 2019/20 (28%).
“Constatamos que hoje em dia, 39% da área total de soja utiliza alguma tecnologia voltada à bioestimulação da cultura”, resume Coser.
O estudo da Kynetec revelou, ainda, o cenário evolutivo relevante para os inoculantes na série histórica. Estes produtos têm como principal organismo ativo o Bradyrhizobium, um gênero de bactérias do solo, e obtiveram 83% de adoção em área.
“Cresceu também a inoculação associada à bactéria Azospirillum, com 40% de adoção em área e salto de 70%, na comparação aos 23% registrados na safra 2019/20”, conclui.
A elaboração do FarmTrak Nutrição Soja 2022/23 está ancorada em 2,4 mil entrevistas pessoais com sojicultores, captadas em quase 670 cidades da fronteira agrícola da oleaginosa.