O mercado internacional de soja mantém as atenções centralizadas na guerra comercial entre China e Estados Unidos, digerindo as últimas novidades sobre as negociações. Paralelamente, os players analisam a demanda pela oleaginosa norte-americana e o clima na América do Sul.
O analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Roque elenca os fatos que merecem atenção, pois podem mexer com os preços da soja na semana que vem.
- Após vários meses de avanços e recuos nas negociações comerciais entre americanos e chineses, a esperada “fase um” do acordo comercial aparentemente foi selada;
- O mercado sabia que esta última semana seria decisiva para as negociações, pois estava marcada para o dia 15 de dezembro o início de uma nova rodada de tarifas americanas sobre produtos chineses que certamente distanciaria novamente os países. Frente a isso, as negociações evoluíram em ritmo acelerado nos bastidores;
- O anúncio de que o acordo foi fechado partiu do próprio Donald Trump, sendo confirmado posteriormente pelo governo chinês. O mercado reagiu positivamente, mas a falta de maiores detalhes sobre o acordo impediu ganhos mais relevantes;
- Para a Bolsa de Chicago, a questão central é qual será o verdadeiro volume de compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos, e quando essas compras ocorrerão. O mercado precisa ter maior certeza do comprometimento chinês em comprar soja norte-americana nos próximos meses para ganhar força;
- Enquanto essa confirmação não ocorre, o mercado vai encontrar amparo na diminuição das tensões entre os países devido ao acordo e no cancelamento das novas tarifas sobre produtos chineses;
- É importante lembrar que, a princípio, as tarifas chinesas sobre a soja norte-americana permanecerão em vigor, embora a tendência seja de uma isenção temporária das mesmas para que importadores chineses façam compras nas próximas semanas ou meses. Atenção para os relatórios semanais de vendas norte-americanas;
- Na América do Sul, as atenções permanecem sobre o clima no Brasil e na Argentina. Com a semeadura praticamente encerrada no Brasil, o momento é de preocupação com a situação no oeste baiano. Já há relatos de replantio na região, e as previsões climáticas apontam para mais 14 dias de pouca ou nenhuma umidade. Já as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste registram um bom desenvolvimento geral nas lavouras.