A semana que começa na próxima segunda, 7, será marcada pela divulgação do relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o que deve influenciar as movimentações no mercado do ponto de vista agrícola. O clima também está no radar dos compradores, já que as lavouras norte-americanas tiveram um mês de agosto ruim.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque:
- O mercado de soja mantém as atenções divididas entre o clima para o desenvolvimento final e início da colheita da nova safra norte-americana e sinais de demanda chinesa pela soja dos EUA. O relatório de setembro do USDA, que será divulgado no próximo dia 11, fecha o quadro de fatores para a soja, enquanto, no lado financeiro, as respostas econômicas frente à pandemia permanecem como fator central;
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- Os players continuam atentos às condições climáticas sobre o cinturão produtor norte-americano. Após um agosto ruim para parte das lavouras, o mercado agora especula sobre o tamanho das perdas produtivas e avalia os mapas climáticos para o período de colheita. Esta primeira semana de setembro teve um volume elevado de chuvas para a metade sul do cinturão produtor, ainda reflexo da passagem dos furacões Laura e Marco. A partir de agora, é importante que as chuvas não sejam muito volumosas sobre o cinturão a ponto de impedir o avanço das máquinas nas lavouras já prontas para colheita. Apesar disso, alguns estados ainda necessitam de algumas precipitações para a finalização do desenvolvimento;
- O relatório de setembro do USDA é bastante aguardado pois deverá trazer uma maior realidade sobre os tamanhos dos problemas produtivos derivados dos fenômenos meteorológicos que atingiram parte das lavouras dos EUA em agosto. É esperado um corte na projeção de produção norte-americana, mas o tamanho do mesmo ainda gera muitas dúvidas.
Lembramos que a Pro Farmer projetou, no dia 21 de agosto, uma produção norte-americana de 118,71 milhões de toneladas, já contemplando as perdas derivadas do “derecho” em Iowa. Já o USDA deve contemplar, além das perdas em Iowa, possíveis perdas em alguns estados da metade sul que foram atingidos pelos furacões, embora exista uma grande dúvida com relação a essas possíveis perdas. De qualquer forma, veremos uma safra americana inferior a 120 milhões de toneladas, com cortes também nos estoques finais da nova temporada. A tendência é de uma USDA altista, embora parte dessa expectativa já esteja precificada em Chicago;
- As compras de soja norte-americana por parte da China continuam evoluindo bem, o que permanece trazendo uma sustentação para Chicago no lado da demanda. Não devemos ter grandes mudanças nesse fator nas próximas semanas. Os volumes devem continuar aumentando a medida em que a colheita evolui.
