? As negociações, que estavam praticamente paralisadas há mais de dois meses, voltaram a acontecer e, apesar do número ainda reduzido, já dão mostras de que o mercado tem espaço para reagir no curto e médio prazo ? salientou o analista de Safras & Mercado, Michael Favero.
Diversos fatores ? tanto do lado dos fundamentos, quanto do lado financeiro ? corroboram com a ideia de que as negociações devem se intensificar nos próximos períodos. No que tange as variáveis fundamentais, ou seja, aquelas que estão relacionadas com a oferta e demanda de trigo, há uma combinação de pouca oferta externa e compradores com estoques baixos.
? O cereal proveniente da Argentina só entra no mercado a partir de dezembro e o Paraguai ainda não tem disponível um volume que atenda a necessidade dos compradores brasileiros, o que deve acontecer apenas em meados de novembro ? explicou o analista.
Dessa maneira, a demanda dos moinhos deve ser atendida principalmente por trigo de origem nacional.
Além do fator fundamental, está a questão da oscilação cambial, que é de extrema importância para as movimentações do mercado de trigo.
? Sempre devemos ter em mente que as cotações internas são formadas de fora para dentro, pela paridade de importação via Argentina ? ressaltou Favero.
Além disso, a busca por cereal nacional deve ser verificada nos próximos leilões da Conab, que devem apresentar uma demanda mais intensa do que aquela verificada até então.
O governo também deve aparecer na ponta compradora do mercado, principalmente no Rio Grande do Sul, através da realização de mecanismos de subvenção econômica para auxiliar no escoamento da safra brasileira de trigo 2011/2012.