Mesmo após problemas com o clima e pragas, sojicultor está otimista

No município de Assis, no interior paulista, produtor enfrentou seca, chuvas em excesso, percevejo e abortamento de vagens. Resultado? produtividade de 60 sacas por hectare.

Roberta Silveira, de Assis (SP)
Em Assis, no interior de São Paulo, a soja enfrenta uma forte instabilidade no clima. Primeiro com as estiagens e depois com chuvas bem acima da média. Por lá, uma praga está atrapalhando ainda mais os ganhos de produtividade, o temido percevejo.

Ele bem que tenta se esconder, só que logo aparecem mais percevejos marrons, considerado uma das principais pragas da soja. Os insetos estão estragando algumas plantações em Assis. Na fazenda em que trabalha o engenheiro agrônomo Rômulo Sussel Decleva, já foram feitas três aplicações de inseticidas, e nada. Agora será necessária uma quarta entrada com o defensivo para tentar controlar a praga.

“O agricultores da região tem atendido as recomendações dos departamentos técnicos. Talvez por isso não temos nenhuma novidade, nada extraordinário aí”, diz ele.

Na plantas, algumas vagens estão murchas, não se desenvolveram direito. O abortamento tem sido comum na região nos últimos anos. Decleva acredita que a instabilidade do clima foi o responsável por estas perdas. Em janeiro, a chuva no município ficou 44% acima da média histórica.

“Este ano os produtores têm reclamado mais. Temos constatado um alto nível de abortamento de vagens. E acreditamos, até conversando com colegas da área, que são questões fisiológicas, devido a estiagem e depois excesso de chuva. Sem falar na oscilação de temperatura e ventos constantes”, diz Decleva.

Mesmo com um probleminha aqui, outro ali, o produtor de soja Izo David está otimista. E espera colher entre 55 a 60 sacas de soja por hectare, resultado parecido com o da safra passada. “Aqui não houve atraso no plantio da soja, por isso a janela da segunda safra não deve ser prejudicada. Nesta área, depois da colheita da soja, será feito o cultivo do milho safrinha”, diz ele.

A maior preocupação do agricultor agora é com o preço do grão. Ele ainda não comercializou a produção e torce para que o preço suba até a hora de vender. “A gente colhe a aguarda. Pede a Deus para melhorar os preços. Na verdade os preços praticados, com o custo que a gente está tendo, precisava ser um pouco melhor”, diz David.

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