A meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo BC, tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O Copom não mexe nos juros básicos quando acredita que o patamar da taxa é suficiente para gerar equilíbrio entre o que se produz, o que se compra e os preços.
Na ata, o comitê afirma que “a contribuição de alimentos para a inflação plena tem sido elevada, comparativamente ao padrão histórico”, o que “sugere estar em curso a materialização de riscos de curto prazo que haviam sido identificados e levados em conta no balanço dos riscos avaliado na última reunião do Copom”.
“Ainda assim, neste momento prevalece o entendimento de que a convergência da inflação para o valor central da meta tende a se concretizar”, acrescenta a ata.
Para o Copom, o cenário favorável ao cumprimento da meta de inflação “se deve ao ajuste da taxa básica implementado desde abril”. “Também contribui para isso informações que emergiram, desde então, indicando melhora no balanço de riscos para a dinâmica dos preços administrados, bem como a desaceleração da atividade nos dois últimos trimestres, [que] foi mais intensa do que o vislumbrado no início deste ano”.
No âmbito externo, diz a ata, “permanece elevada a probabilidade de desaceleração, e até mesmo de reversão, do já lento processo de recuperação em que se encontram as economias do G3 (Estados Unidos, Japão e Europa)”. Mas, segundo o Copom, “a influência do cenário internacional sobre o comportamento da inflação doméstica revela certo viés desinflacionário”.
O comitê reafirma que “a política monetária atua com defasagem sobre a atividade e sobre a inflação e que os efeitos do processo de ajuste da taxa básica de juros iniciado em abril de 2010 ainda não se fizeram sentir integralmente”.
A taxa básica iniciou 2010 em 8,75% ao ano, e permaneceu nesse patamar nas reuniões de janeiro e março. Em abril, o Copom decidiu elevar a taxa para 9,50% ao ano. Novas elevações foram feitas em junho (para 10,25% ao ano) e em julho (10,75% ao ano). Nas reuniões de setembro e deste mês, optou-se por manter a taxa em 10,75% ao ano.
“Além disso, cabe destacar que essa hipótese de convergência está condicionada à materialização das trajetórias com as quais o comitê trabalha para variáveis fiscais e creditícias, entre outras”, diz a ata.
Entretanto, o comitê destaca que, se a inflação não convergir para o centro da meta, a taxa básica será ajustada. “Caso a inflação não convirja tempestivamente para o valor central da meta estabelecida pelo CMN, a política monetária atuará a fim de redirecionar a dinâmica dos preços e, portanto, assegurar que a meta seja atingida”.