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Mesmo com crescimento, produtores de MS estão cautelosos

Pouco incentivo e falta de compradores são motivos que levam trabalhadores rurais a considerar cultivo de trigo uma aposta de riscoApesar da previsão otimista para os produtores de trigo de Mato Grosso do Sul, muitos deles ainda demonstram certa insegurança com relação ao cultivo do trigo no estado. Pouco incentivo e falta de compradores são alguns dos motivos que levam boa parte dos agricultores a considerar este tipo de investimento uma aposta de risco.

O produtor rural Jairo Antoria é um exemplo desta situação. Ele plantou trigo durante as últimas cinco safras e não ficou satisfeito com os resultados. Por isso, desistiu de investir na cultura e a área de 500 hectares foi substituída pelo milho safrinha.

? Faltam compradores e, com isso, os preços são muito baixos, o que desestimula os produtores ? contou o produtor.

Diante desta realidade, o crescimento da área do cereal pode ser uma conseqüência da falta de opção para safra de inverno. É o que avalia o presidente do Sindicato Rural de Maracaju, Luciano Muzzi Mendes, que acredita que muitos produtores apostaram no trigo para não correr o risco de plantar milho safrinha fora do período recomendado.

? Como o plantio do milho safrinha atrasou, quem plantasse fora do período recomendado estaria correndo riscos maiores de perder a produtividade, e também estaria fora do período coberto pelo seguro. Então, para não enfrentar estes problemas, investiram no trigo ? afirmou Mendes.

Nesta safra, a área cultivada com trigo em Mato Grosso do Sul deve registrar crescimento de 45% nesta safra. Com isso, a produção do cereal pode aumentar quase 30 mil toneladas.

As lavouras de trigo devem ocupar mais de 46mil hectares no Estado, o que significa quase 15 mil a mais do que na última safra. Este avanço pode garantir uma produção de 67,5 mil toneladas do cereal, volume 68% maior do que no ano passado.

O atual cenário da produção de trigo em Mato Grosso do Sul, porém, é bem diferente do que foi registrado na década de 80. Naquela época, com o incentivo do Governo Federal, as lavouras chegaram a ocupar 400 mil hectares no Estado.

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