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Mesmo com incertezas, produtor do RS troca milho pela soja

Levantamento mostra que as áreas do milho serão trocadas pela oleaginosa na safra de verão; instabilidade do dólar preocupa

Bruna Essig | Passo Fundo (RS)

A soja deve tomar o lugar das áreas de milho de verão no Sul do país. Os produtores do Rio Grande do Sul já se preparam para o plantio com o pé no freio no que diz respeito aos investimentos na lavoura. O cenário ainda é de muitas incertezas, especialmente em relação ao dólar.

Maior rentabilidade e menor custo de produção são alguns dos motivos que devem levar os agricultores a usar a área de milho para o cultivo da soja. Este é o cenário apontado pelo relatório da intenção de plantio da soja, divulgado pela consultoria Safras & Mercado.

– Boa parte da expansão da área de soja se dá em áreas de milho e a tendência deste ano foi assim porque temos uma rentabilidade melhor na soja. Já tivemos no ano passado e estamos tendo de novo porque a soja está pagando realmente melhor que o milho – comenta o analista Luiz Fernando Gutierrez.

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Mas o preço da soja é motivo de preocupação, segundo o economista da Federação da Agricultura do estado (Farsul) Antônio da Luz.

Nós estamos com um cenário de queda da soja de 26%, nós não estamos percebendo no Brasil em razão do câmbio porque nós já estamos na média mensal de R$ 3,81 o dólar. O maior câmbio desde o Plano Real. Nós não estamos percebendo a queda dos preços internacionais em razão do câmbio. Só que passamos para esta safra um patamar de preços que conta com uma variável que não temos controle. Nós podemos plantar uma safra cara e colher uma safra com preço menor, isso preocupa – explica o economista.

E o cenário de incerteza econômica tem reflexo direto no campo. Os produtores estão cautelosos. Na lavoura do produtor Antolí Mello, em Passo Fundo, a área plantada não vai aumentar. O produtor só deve investir no que realmente é fundamental para ele, neste caso a correção de solo, para garantir o aumento da produtividade.

Temendo o aumento dos preços, Mello se antecipou e já comprou todos os insumos.

– Nós nos protegemos, em outras palavras. Esperamos que tudo corra pelo melhor que tenhamos um El Niño que nos proteja e que Deus nos ajude na questão econômica – diz o agricultor.

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