No mercado brasileiro, apesar de a oferta representar cerca de 50% do consumo doméstico, vendedores aproveitam as intervenções governamentais para exportar. Conforme dados do Cepea, em termos reais (descontando-se a inflação pelo IGP-DI), na parcial deste mês, a média do trigo no mercado disponível do Rio Grande do Sul está 11,2% inferior à de março do ano passado. No Paraná, a queda é 10,4% e, em São Paulo (capital), de 8,1% no mesmo período.
O cenário mundial de trigo parece não registrar tendência de altas, o que pode deixar compradores nacionais ainda mais desinteressados. Os preços do trigo, atualmente, refletem a boa relação estoque final/consumo que, no cenário internacional, está na casa dos 31%. Esta é a maior relação das últimas 10 safras, o que tende a limitar reajustes de preços.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla, em inglês), em comparação à última safra, o consumo mundial do cereal deve aumentar 4,5%, passando para 683,92 milhões de toneladas. Em contrapartida, a produção mundial deve avançar 6,5%, para 694,02 milhões de toneladas, incrementando os estoques finais em 5,1%, que totalizariam 209,58 milhões de toneladas de trigo.
Nos últimos dias, especificamente, os preços do trigo tiveram pequena recuperação. De acordo com dados do Cepea, entre 7 e 14 de março, no mercado gaúcho, houve estabilidade nos preços de balcão (pago ao produtor) e alta de 1% nos de lotes (negociações entre empresas). No Paraná, a média subiu 1,6% no mercado de balcão e 0,72% no de lotes. Em São Paulo (capital), a cotação média do trigo negociado no lote subiu 0,63%.