A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) afirma que a escassez de alimentos despertou em muitas nações o interesse de desenvolver a produção agrícola local. E o Brasil é o país mais procurado para auxiliar neste trabalho.
? Todos querem aprender conosco, querem desenvolver áreas de pesquisa agrícola, produzir alimentos adequados a suas populações, enfim, conquistar também certa independência nessa área ? diz o coordenador da ABC, Olyntho Vieira.
A Embrapa é a grande referência. Considerada vitrine do crescimento rural do país, a instituição coordena as ações dos acordos voltados ao campo. O objetivo é levar aos países mais pobres a experiência brasileira de produção de alimentos.
Para reforçar esse trabalho de transferência de tecnologia a países em desenvolvimento com problemas de segurança alimentar, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária abriu dois escritórios estratégicos no Exterior: um em Gana e o outro, na Venezuela.
Mas a prioridade do governo federal hoje é o acordo com o Haiti, que envolve mais de 50 projetos. O objetivo é aplicar as técnicas rurais brasileiras em solo haitiano e ainda capacitar os profissionais do país. O programa naquele país visa reduzir a fome da população de mais de oito milhões de habitantes. Os trabalhos devem começar em 2009 e ter uma duração de três anos. O investimento total do Brasil é de R$ 4 milhões e toda a tecnologia que será empregada é da Embrapa.
Outra entidade envolvida nos projetos é a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Distrito Federal. Especializada em agricultura familiar, a empresa assume o papel de colocar em prática a transferência da tecnologia. Segundo o presidente, a intenção é capacitar os técnicos locais, para que eles se tornem multiplicadores do conhecimento.
? Tudo aquilo que se produz aqui [no Distrito Federal], em termos de produtividade, está acima da média nacional. E esses países precisam dessa metodologia de transferência de tecnologia, de assistência técnica e de extensão rural ? afirma o presidente da Emater, Carlos Magno da Rocha.