— O mundo ainda engatinha em termos de produção comercial (de biocombustíveis que não disputam matéria-prima com alimentos) e em pesquisas com custo benefício — disse o vice-ministro da agricultura mexicano, Mariano Ruiz-Funes.
— É uma responsabilidade compartilhada, mas a capacidade de pesquisa de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, é certamente bem superior à de nações como o México.
Segundo o diretor de pesquisas do Instituto de Desenvolvimento Global e Meio Ambiente da Universidade Tuft, Timothy Wise, a demanda por etanol feito de milho precisa cair para manter os preços dos grãos baixos no longo prazo.
— Isso representa um desvio de 15% de toda a produção mundial de milho. É um grande choque de demanda — disse.
Wise estima que as importações de milho pelo México tenham dobrado de valor, saltando de US$ 250 milhões para US$ 500 milhões ao ano. A valorização do milho já afeta até a tortilla, comida típica mexicana, cujo preço subiu 69% entre 2005 e 2011.
Os EUA esperam aumentar a produção de etanol de milho para 36 bilhões de galões até 2022 – atualmente, são feitos entre 14 bilhões e 14,5 bilhões de galões (1 galão = 3,79 litros), de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Para Joe Glauber, economista-chefe do USDA, colheitas fracas de milho têm contribuído mais para a alta dos preços do grão do que o etanol. No país, o milho é a principal matéria-prima para o biocombustível.