O Paraná é o maior produtor brasileiro de frangos, com 26,8 % do volume nacional. Para o avicultor Antonio Luis Fernandes, de Cambé, no norte do Estado, a crise não deve chegar por lá.
? Nós ganhamos para engordar o frango. Para nós não faz diferença se tem algum problema lá fora [no Exterior] ? diz ele.
Mas a crise econômica mundial já afetou o setor neste início de ano. Algumas empresas demitiram funcionários ou deram férias coletivas.
? Recomendamos reduzir alojamentos, reduzir a produção. Nós sabemos que o primeiro trimestre não oferece alternativa para voltarmos a outros patamares. Ainda está difícil. Mas a projeção para o segundo semestre é positiva, de crescer no ano 5% ? afirma o presidente da Abef, Francisco Turra.
A produção brasileira de frango chegou a quase 11 milhões de toneladas no ano passado. Desse volume, 3,6 milhões de toneladas foram destinadas à exportação, um crescimento de 11% na comparação com 2007. O principal comprador é o Japão, com 422 mil toneladas.
Agora é o México que aparece como um mercado potencial para a carne de frango brasileira. As negociações vão ser intensificadas esta semana. O país compra 500 mil toneladas de frango por ano, e 95% desse volume total vêm dos Estados Unidos, que oferece tarifas de importação menores por causa do acordo de livre comércio que reúne os dois países e o Canadá.
Para o frango brasileiro, a tarifa de importação é alta: 235%. Mesmo assim, a Abef acredita que este é um grande mercado.
? O México já está procurando o Brasil. O embaixador brasileiro nos disse que há uma boa possibilidade de abertura, como já houve para o arroz e o milho ? contou Turra.