Os estudos com microalgas começaram há mais de um ano. A vantagem das microalgas é produzir combustível não poluente, pois retira gás carbônico do ambiente e de resíduos como lixo. O Instituto Agronômico testou até agora 70 cepas ou tipos de algas diferentes. Encontrou 15 adaptadas para o clima do Paraná e, portanto, mais produtivas.
Segundo o Iapar, os estudos mostram que em um ano as microalgas podem produzir 70 toneladas de biomassa por hectare. A biomassa é de onde se extrai o biocombustível. A soja, por exemplo, produz três toneladas por ano do componente, na mesma área.
A coordenadora do projeto do Iapar, Diva de Souza Andrade, explica que vai ser possível reproduzir as microalgas, tanto em tanques abertos como em fotobiorreatores. Este é um protótipo do equipamento. Vai ser construída uma versão em tamanho natural, com capacidade para produzir de dois a quatro mil litros de biodiesel de microalgas, o que vai ajudar a testar os resultados em escala industrial. O laboratório também vai pesquisar o potencial de produção de etanol e de gás combustível de microalgas.
? Depois que retira o lipídio, o resíduo dessa massa pode ser inoculado com outro microorganismo e usar como fermentação, porque tem os carboidratos, e pode produzir o etanol, como também pode fazer uma fermentação sem oxigênio, chamada anaeróbica, e produzir metano ? Diva.
A companhia de energia elétrica do Estado investiu R$ 2,2 milhões no projeto. A ideia é expandir pesquisas com matrizes sustentáveis e beneficiar pequenos agricultores, que poderão produzir as microalgas.
? Esses projetos precisam incorporar a questão social e envolver os pequenos agricultores também, não só o grande negócio, mas a agricultura familiar para que a Copel e o Estado do Paraná possam ter um desenvolvimento equilibrado, sustentável em longo prazo ? diz o coordenador do projeto de microalgas da Copel, Túlio Cícero Pereira.
Instituições de ensino e pesquisa estão interessadas no projeto.
? As universidades vão seguir conosco na parceria, nós temos convênios com a UEM, com a UEL e com outras universidades e nós acreditamos que essa linha de pesquisa vá se sedimentar no Paraná e vai crescer, estabelecendo uma rede para que a gente possa realmente buscar os benefícios das microalgas para a sociedade paranaense ? comenta o diretor técnico científico do Iapar, Arnaldo Colozzi.