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DIRETO AO PONTO

Milheto é o sexto grão mais consumido no mundo

Cultura de baixo custo, o milheto é visto como alternativa de plantio em áreas de risco da janela do milho

Sexto grão mais consumido no mundo, o milheto vem ganhando espaço em meio as lavouras brasileiras e mato-grossenses nas últimas safras. De baixo custo de produção, a cultura é vista como alternativa de diversificação de plantio em áreas de risco de semeadura do milho fora da sua janela ideal.

A cultura do milheto na agricultura brasileira é o tema do programa Direto ao Ponto desta quinta-feira (13).

Primeira vez semeando o milheto granífero, o produtor Mauro Gomes Filho espera colher uma média de 35 sacas por hectare. A decisão em “testar” a cultura nesta safra 2022/23 decorreu diante o alongamento do ciclo da soja, o que apertou a janela para a segunda safra de milho.

“Resolvemos fazer uma cobertura de milheto para não deixar a terra exposta. Fizemos uma pequena lavoura para testar. Ela não é uma cultura tão rentável, mas o investimento dele é menor”, comenta o produtor.

Milheto Direto ao Ponto
Foto: Canal Rural Mato Grosso

Milheto pode ser utilizado na alimentação humana

No mercado de sementes há 43 anos, a ATTO Sementes desde 2002, em parceria com o pesquisador Luiz Bonamigo, vem trabalhando com o melhoramento genético de milheto. Gerente comercial da empresa, Dienaro Bastos Spanholi explica que o milheto no Brasil é comumente mais usado como cobertura, voltado inclusive para a alimentação bovina.

Entretanto, algumas variedades, como o granífero, tem muito potencial para o uso de grão, sendo, inclusive, utilizada em alguns países na alimentação humana, como é o caso da China, Índia e países africanos.

“Se a gente for olhar para termos nutricionais, o milheto tem 50% a mais de proteína do que o milho, melhor perfil de aminoácidos, maior teor de óleo, é livre de aflatoxina e não contém glúten. Em termos nutricionais e para a alimentação humana, o milheto é muito bacana. Ele é usado para fazer pães, bolos, farinha, mingau”, diz o gerente comercial da ATTO Sementes, ao lembrar que em 2021 a Anvisa reconheceu o milheto como um novo ingrediente integral que pode ser utilizado na produção de alimentos.

Informe Publicitário

Grão do ano de 2023 pela ONU, cultura do milheto avança no Brasil

Com produtividade acima de de 40 a 50 sacas por hectare, híbrido de milheto granífero tem um conjunto de características que, além da produtividade, entrega vários benefícios ao produtor.

Os agricultores brasileiros caminham para concluir a colheita do híbrido de milheto granífero, cultura que teve alta demanda nesta safra devido ao alongamento da safra de soja. O milheto tem um conjunto de características que otimiza os recursos dos produtores, sendo que apresenta menor necessidade hídrica que o milho e o sorgo e produz grãos de alta qualidade e liquidez no mercado.

O milheto teve um cenário favorável nesta safra devido ao seu período de plantio, que vai de início de fevereiro a 10 de março. Como a soja teve um ciclo mais longo, ficou arriscado para o agricultor plantar o milho safrinha após o dia 25 de fevereiro. “Costumamos dizer que onde o milho é risco, o milheto é lucro”, conta Dienaro Bastos Spanholi, gerente comercial da ATTO Sementes, empresa líder na produção de sementes de milheto no Brasil.

Plantar milho depois de 25 de fevereiro é muito arriscado devido à redução da quantidade de chuva. Já o milheto é uma cultura que tem tolerância ao estresse hídrico, produzindo bem para o agricultor. A ATTO Sementes conta com os Híbridos de Milheto Graníferos ADRg 9060 e ADRg 9070.

“Além de deixar uma palhada de qualidade, controlar nematoides, promove reciclagem de nutrientes e tem uma excelente produtividade em grãos. Com todos os manejos corretos, a produtividade tem dado entre 40 e 50 sacas por hectare. ”, reforça Spanholi.

Primeira vez plantando o milheto, o agricultor Mauro Gomes Filho, de Primavera do Leste (MT), é um exemplo do uso da cultura devido ao alongamento da safra de soja. “Resolvemos fazer uma cobertura de milheto, para não deixar a terra exposta ao sol e aproveitar seu potencial produtivo. O investimento do milheto é menor, não preciso adubar”, destaca o produtor.

Potencial

Não há dados oficiais da produção de grãos de milheto no Brasil, mas a ATTO Sementes afirma ter comercializado só dos seus híbridos graníferos, únicos no mercado destinados à produção de grãos, cerca de 300 mil hectares. Com uma produtividade média de cerca de 2100 kg/ha, estima que a produção de grãos tenha ultrapassado meio milhão de toneladas, tendo crescido 226% nos últimos 5 anos. “Todo esse grão produzido anualmente tem sido facilmente absorvido pela indústria de rações e granjas. O mercado do grão de milheto no Brasil já é altamente demandante.” complementa Dienaro.

O milheto é o sexto grão mais consumido no mundo, e em países como Índia e África é a base da alimentação humana. No Brasil, o mercado de grãos atualmente é voltado para a produção de ração, mas, devido a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2021 o grão é classificado como um ingrediente integral para ser utilizado na produção de alimentos, o que pode abrir um grande mercado para a cultura.

O milheto tem 50% a mais de proteína comparado ao milho, tem maior teor de óleo e aminoácidos e não contém glutén. Ele pode ser usado para fazer pães, biscoitos, bolos, farinha, mingau, cereais integrais, entre outros.

Os benefícios que o grão apresenta fizeram com que a ONU promovesse em 2023 o “Ano Internacional do Milheto”. Entre esses benefícios, estão o impulso ao desenvolvimento sustentável, a eliminação da fome, a adaptação às mudanças climáticas, a promoção da biodiversidade e a transformação dos sistemas agroalimentares.

Desde 2002, a ATTO Sementes investe em melhoramento genético para milheto e um dos pilares desse investimento é a Bonamigo ATTO Melhoramento (BAM), principal centro de pesquisa da cultura no Brasil, localizado em Campo Grande (MS) e que tem o segundo maior banco de germoplasma de milheto no mundo. A BAM realiza mais de 40 mil cruzamentos genéticos e testa mais de 4000 híbridos por ano. O centro de pesquisa integra o Grupo ATTO (holding proprietária da ATTO Sementes).

 

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