Os contratos futuros do milho apresentaram baixas sucessivas na última semana com a boa expectativa sobre a janela de plantio para a segunda safra no Brasil.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em 58,7% a área semeada no país. Entre os principais produtores, apenas o Rio Grande do Sul não teve condições favoráveis ao desenvolvimento da cultura pela redução nas chuvas e as altas temperaturas.
- Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
O milho encerrou a semana sendo cotado a US$ 4,23 por bushel (-0,7%) em Chicago. No Brasil, na B3, o contrato do cereal para janeiro de 2025 recuou 0,65%, encerrando a R$ 71,65 por saca. Reflexo dessas retrações, o mercado físico também apresentou baixas.
Veja, agora, a análise da plataforma Grão Direto sobre o que está por vir no mercado do milho nos próximos dias.
O que esperar do mercado do milho?
- Avanço do plantio: o milho verão segue avançando de forma consistente, com o Sul do Brasil liderando a produção da primeira safra, seguido pela Região Sudeste. “As condições climáticas continuam muito favoráveis, permitindo o progresso no plantio e no desenvolvimento das lavouras”. Ainda nesta semana, a Conab deve anunciar o encerramento do plantio nos estados do Sul, assim como em São Paulo. Em Minas Gerais, a estimativa é de 85% de avanço. Esses progressos reforçam o cenário positivo para a safra de verão, oferecendo boas perspectivas para produtores dessas regiões.
- Janela de plantio: embora se discuta uma possível redução na área de milho segunda safra devido aos preços mais baixos, na visão da Grão Direto os últimos acontecimentos indicam um cenário diferente. “Baixas nos preços futuros não trouxeram impactos significativos ao mercado físico, em que os preços do milho disponível sofreram mais do que os contratos futuros. A boa safra de soja e a janela de plantio favorável aumentam o otimismo em relação ao milho segunda safra e tende a movimentar os preços até essa consolidação”.
- Boi gordo: o aumento na arroba do boi gordo impulsionou as cotações do milho no mercado físico e na B3. “Apesar disso, a melhora nas margens dos pecuaristas ainda não foi plenamente refletida, pois o impacto financeiro do rally de alta da carne bovina demanda tempo para se consolidar. Esse movimento deve ganhar força após o período das águas, por volta de abril, quando os pecuaristas estão mais capitalizados e precisarão de milho devido à escassez de pasto”, considera a Grão Direto. Com isso, o aumento na demanda coincidirá com a entrada do milho segunda safra no mercado, gerando um cenário de maior pressão sobre os preços do grão.
Em um cenário mais estável, o milho pode não ter uma semana tão significativa, com preços seguindo a tendência do final da última semana e recuperando parte das recentes perdas.