• Produtor brasileiro deve calcular os custos e continuar investindo em grãos
No balanço de oferta de demanda do próximo ano, são esperados aumentos no volume de esmagamento interno de soja e também nas exportações, motivados por aumentos das demandas. Internamente, dois fatores podem ser determinantes na elevação do consumo: o aumento da mistura de biodiesel no diesel, impactando a demanda por óleo de soja, e o possível aumento na demanda por farelo de soja para ração. Já a demanda externa, puxada pela China, deve continuar em crescimento, assim como vem ocorrendo nos últimos anos, pressionando os dois principais fornecedores de soja do mundo: o Brasil e os Estados Unidos. Ainda assim, caso a produção recorde brasileira se confirme, os estoques de passagem poderão alcançar quase sete milhões de toneladas. Isso significa um estoque em torno de 8% em relação ao uso total, nível considerado adequado, após três anos consecutivos de aperto.
Milho deverá ter área menor
Para o milho, a primeira estimativa da consultoria para a safra 2014/2015 do Brasil, trouxe uma área plantada de 6,21 milhões de hectares para o ciclo de verão. Essa área é 4,7% inferior ao nível de 2013/2014. Uma redução de área na primeira safra já era esperada, em meio ao contexto de preços baixos do milho, com os produtores dando preferência para a soja. Além disso, como existe a possibilidade de plantio de uma segunda safra, a tendência é que a produção de milho se concentre mais no inverno, seguindo a tendência.
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A produtividade média para a safra de verão ficou em cinco toneladas por hectare, acima do alcançado no ciclo anterior, quando houve perdas devido ao clima seco registrado principalmente no mês de janeiro. Com isso, a produção deve alcançar 31,04 milhões de toneladas no verão. Para a safra de inverno, ainda não foram feitos ajustes, mantendo-se os números de 2013/2014. Com isso, no total do ciclo, a produção ficaria em 76,84 milhões de toneladas.
Destaca-se que as perspectivas climáticas estão favoráveis para a safra de verão. Contudo, o El Niño pode trazer prejuízos para a safra no Nordeste do país, onde o clima tende a ficar mais seco durante este fenômeno.
Para o balanço de oferta e demanda, se observa que os estoques de passagem devem ser bastante elevados, considerando uma estimativa de exportações de 18,5 milhões de toneladas para o ciclo 2013/2014.
Assim, na safra 2014/2015, mesmo projetando-se um aumento do consumo interno, uma vez que a produção de carnes deve ficar aquecida, e com exportações em 18 milhões de toneladas, os estoques finais estimados estão bastante elevados, em 17,46 milhões de toneladas, o que resulta em uma relação estoque/uso de 23,8%.
