Utilizar o milho para alimentar o gado pode ser mais vantajoso do que vender o grão. É o que mostram alguns produtores que investem na integração Lavoura-Pecuária em Mato Grosso. Um exemplo está em Sapezal, onde 700 hectares que sustentaram uma safra de milho, hoje recebem 4200 cabeças de gado, que estão sendo muito bem servidas.
Três tipos de alimento são oferecidos aos animais: o que restou do milho, uns tocos, algumas socas que sobraram; a braquiária, que estava por baixo e agora tem mais força com o sol; e também a ração produzida na própria fazenda.
Os proprietários compraram uma máquina que processa o milho, fica bem picadinho. Depois o grão é misturado com sal mineral, um pouco de palha e ureia. São produzidos oito mil quilos de ração por dia. O gado do confinamento come apenas essa ração.
– Nem é sempre que funciona. Esse ano tem sido a melhor opção. O preço está baixo, porque a maioria produziu bem esse ano. Então, a gente não gasta com o frete, que está caro, usa a ração pra alimentar o gado. A gente não tem uma estimativa ainda, uma comparação do gasto com ração com o que se gasta com nosso milho. Mas comprar de fora sempre tem mais custo – diz o administrador Pedro Muffato Neto.
Vamos falar de custo-benefício?
A regrinha mais simples e importante de quem quer saldo positivo. Produzir a própria ração, mesmo deixando de vender o milho, já tem rendido um lucro mensal pelo menos 20% maior à fazenda.
Com isso, o produtor não tem que se incomodar com a logística da venda dos grãos, mas tem que dar mais atenção aos bois, o que pode exigir mãode obra.
– Apesar de você achar que vai diminuir o trabalho, não. Vai trabalhar ainda. Com certeza vai dar uma folga na tua margem de lucro, mas trabalho vem junto – deixa claro Neto.