De acordo com o levantamento da Agência Safras & Mercado, o Centro-Sul do país deve ter uma queda de 13% e colher cinco milhões em 113 mil hectares. No Paraná, o recuo é ainda maior, 16,8%. As lavouras não devem render mais do que 905 mil hectares. Mas a maior queda é no Rio Grande do Sul, com redução de até 20% da área plantada, passando dos atuais 1, 300 milhão hectares para um milhão.
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De acordo com o produtor rural, Francisco Rodrigues, a troca de um grão pelo outro tem um motivo.
– O preço do milho está muito fraco. A soja tem um ganho melhor – salienta Rodrigues.
O produtor conta que esta será a primeira vez que vai produzir soja. No ano passado, ele plantou milho em 35 hectares. Para a próxima safra, arrendou mais terras e pretende plantar soja em 50 hectares.
Em Piracicaba, no interior paulista, os agricultores conseguem produtividade de 120 sacas de milho por hectare. Plantando soja na mesma área, eles esperam conseguir 50 sacas por hectare. A saca de milho é vendida em torno de R$ 20, já a de soja pode passar de R$ 60. O produtor Giacomo Antonio Ignácio fez as contas e já estima a lucratividade com a mudança de cultura.
– A diferença para o milho vai girar em torno de R$ 900 a mais para soja por hectare – destaca.
No Estado, a área de milho deve diminuir 1,2% nesta safra de verão, ficando com menos 550 mil hectares, segundo a Agência Safras & Mercado.
Produção no RS
A região Norte do Rio Grande do Sul é a maior produtora de milho do Estado. Possui 575 mil hectares cultivados, mas a desvalorização do grão está preocupando os produtores, que estão dando espaço a outras culturas. No município de Espumoso, a redução de área chega a 14%, em relação ao ano anterior.
– O milho em papel fundamental na sustentabilidade das propriedades. A rotação de cultura é importante para que a gente ter maiores áreas de milho, para ter o conjunto de sustentabilidade – disse o chefe da Emater Espumoso, Lauro Colete.
O produtor rural, Alceu Nicolini, reduziu de seis para quatro hectares a área de milho. A soja foi a alternativa mais rentável encontrada pelo produtor. O aumento no custo de produção e a falta de maquinário para a colheita contribuíram para a redução da área para o milho. Para fevereiro, a produtividade esperada é de 150 sacas por hectare.