Milho pode derrubar produção de grãos em Mato Grosso na safra 2014/2015

Segundo o Imea, apesar dessa queda, a produção de grãos ainda será maior que a capacidade de armazenagemO último relatório de safra do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica uma possível queda na produção de grãos de 1,77 milhão de toneladas na safra 2014/2015. O principal responsável para esse cenário é o milho, que terá uma produção menor que na safra 2013/2014.

Segundo o Imea, apesar dessa queda, a produção de grãos ainda será maior que a capacidade de armazenagem, pois, analisando-se o potencial de armazenamento de 31,11 milhões de toneladas atualmente no Estado segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ainda se verificará uma defasagem na próxima temporada.

Na safra 2013/2014, considerando-se as normas da FAO de uma capacidade ótima de 20% maior que a produção, o índice de defasagem em Mato Grosso foi de 70%, e para a 14/15 é esperado que seja de 65%. Apenas na região noroeste esse déficit deve aumentar, saindo de 172% para 198%, uma vez que a produção de milho e soja deve ser maior em 2015 na região.

Milho no Estado

Em novembro, foi realizada pelo Imea a primeira estimativa da safra 2014/2015 do milho em Mato Grosso. Os números confirmaram as expectativas baixistas para a área destinada ao cultivo do cereal nesta safra, sendo estimado um recuo de 392 mil hectares ante a safra anterior, totalizando, assim, 2,8 milhões de hectares.

Segundo o relatório, um dos fatores que influenciaram essa queda foi o atraso da semeadura de soja até metade de outubro, pois pode impactar a janela ideal de semeadura do milho. Outro fator são os preços, que ainda oferecem baixas margens de lucro ao produtor, mesmo que nos últimos meses venham se recuperando.

A produtividade também apresentou queda, sendo estimada em 86 sacas por hectare, e consequentemente a produção foi reduzida para 17,7 milhões de toneladas. Desta forma, apesar de as novas estimativas mostrarem menor oferta de milho, é preciso aguardar as interferências climáticas entre janeiro e março e os preços neste período, a fim de concretizar o tamanho da área do cereal.     

O preço interno do milho apresentou leve variação de 0,32% na última semana, seguindo a tendência verificada no mercado internacional, mesmo com a queda do dólar.