A projeção de consumo para o milho no Brasil deve pular de 56 milhões de toneladas para mais de 58 milhões de toneladas. O estímulo vem da demanda maior para produção de etanol de milho em Mato Grosso e do aumento do consumo do cereal para confinamento. No caso da soja, com a volatilidade menor nos preços, as exportações podem aumentar em 3%, chegando a 52 milhões de toneladas, o que faria o Brasil retornar à posição de maior exportador do grão do mundo.
Esses dados fazem parte de um estudo da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), feito entre julho e agosto deste ano. Na época, a cotação do dólar estava bem abaixo dos R$ 4. Mesmo assim, técnicos do órgão avaliam que o cenário será positivo para os produtores.
O gerente de oleaginosas da Conab, Thomé Luiz Freire Guth, afirma que, para o milho, foram feitas análises fundamentais. Elas juntaram projeções dos Estados Unidos para o mercado mundial e base na realidade brasileira de consumo e exportação. No caso da soja, com a volatilidade menor nos preços, o trabalho ficou centrado no histórico em dólar.
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As mudanças no cenário de mercado estão forçando os produtores a tomar decisões cada vez mais rápidas. Até a semana passada, o produtor rural Luis Ghesti tinha certeza que iria plantar soja, mas bastou o preço do milho disparar que ele mudou de ideia. Garantiu a compra total dos insumos no sistema de troca por produto e evitou uma alta ainda maior nos custos. Vai plantar 800 hectares de soja e 200 hectares de milho. O planejamento inicial era plantar apenas soja, como fez na última safra de verão. A estratégia do produtor fecha com o resultado do estudo de mercado feito pela Conab.
Para o assessor técnico de grãos da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) Alan Malinski, o estudo ficou prejudicado pela alta do dólar, com picos bem acima dos R$ 4, mas o cenário para 2016 segue positivo.
“O trabalho foi feito em cima de uma pequena variação do dólar, que já extrapolou as projeções. Mesmo assim, a previsão indica rentabilidade positiva, tanto para a soja quanto para o milho. Se os patamares atuais forem mantidos, a rentabilidade deve até melhorar”, diz Malinski.
