– Os motivos que provocaram o choque de oferta de alguns agropecuários em meses passados já foram absorvidos e explicam a aceleração de preços de milho e suínos -destaca o economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) Salomão Quadros.
No varejo, no entanto, o cenário ainda é de desaceleração de preços dos alimentos, como consequência de quedas registradas no atacado anteriormente. O Índice de Preços ao Consumidor – 10 (IPC-10) passou de 0,57%, em outubro, para 0,36%, em novembro. Particularmente os preços dos alimentos avançaram 0,30% em novembro, após apresentarem alta de 1,13% no mês anterior.
Entre os alimentos, foram destaque as variações de preços das carnes bovinas (de 3,55% para -0,14%), hortaliças e legumes (de -5,67% para -9,91%) e alimentos prontos congelados (de 4,39% para 0,28%). Em 12 meses, o IPC-10 está em 5,73% e deve chegar até o fim do ano na faixa de 5,5%, projeta o economista do Ibre/FGV.
– A inflação não fechará o ano no centro da meta. É um resultado razoável. Neste ano, a inflação no varejo começou desacelerando mais do que se imaginava. Depois, no segundo semestre assustou, por pressão dos alimentos. A pressão está se desfazendo, mas não vejo indicação que voltará ao processo de desaceleração do início do ano – destacou Quadros.
O economista espera que, sem a pressão dos alimentos neste fim de ano, o destaque passará a ser a inflação dos serviços.