Estudo da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) realizado pela Céleres Consultoria destaca os benefícios econômicos da aplicação de biotecnologia.
Para Anderson Galvão, da Céleres, o produtor que planta transgênico tem recebido “benefícios significativos”. Na soja, a cada R$ 1 gasto, o retorno é de R$ 1,59. No milho, é de R$ 2,61 e no algodão, de R$ 3,59.
– Esses números de retorno justificam o crescimento da adoção da biotecnologia – afirma Galvão.
Segundo o pesquisador, enquanto a soja levou 12 a 14 anos para chegar a 80% de inserção no mercado, o milho alcançou o mesmo patamar em quatro safras. Isso tem a ver com o retorno econômico e com o comportamento do produtor.
O Rio Grande do Sul é tradicional líder no uso de soja transgênica. A aposta no milho, porém, ainda encontra resistências. De acordo com Narciso Barison Neto, presidente da Abrasem, há espaço para crescimento, já que a média de produtividade do milho transgênico gaúcho está abaixo dos outros Estados:
– Consumimos mais milho do que produzimos, e temos de importar o grão. Se tivermos políticas públicas que incentivem a produção desse tipo de milho, é possível que o Estado se tornasse um exportador – avalia Barison.
A pesquisa estima que, 15 anos depois da introdução da biotecnologia agrícola no Brasil, os benefícios econômicos obtidos pelos produtores rurais usuários e pela indústria detentora da tecnologia alcançam US$ 11,9 bilhões.
O estudo aponta ainda uma redução de impactos ambientais, como economia de 21,2 bilhões de litros de água, menor consumo de óleo diesel e redução na emissão de gás carbônico.