A escassez do milho no Brasil era um cenário desenhado desde o ano passado pelo setor produtivo. A expectativa se confirmou, e apenas na safrinha, a quebra será de quase 10 milhões de toneladas, com a produção totalizando 70,788 milhões de toneladas, segundo dados da Safras & Mercado.
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Na avaliação do comentarista do Canal Rural Bendito Rosa, a prioridade do governo neste momento é trabalhar para aumentar a oferta de milho no mercado interno. “As medidas são importantes para melhorar o abastecimento interno, uma vez que vamos conviver com preços mais altos até o fim do ano”, diz.
A curto prazo, Benedito Rosa diz que ações como a Rota do Milho, podem elevar a disponibilidade do grão. “Não entendo a demora do governo em viabilizar essa rota, para facilitar a entrada do milho paraguaio no país. O empecilho está em questões diplomáticas que o governo já teria que ter resolvido”.
Ainda segundo o comentarista, outra dificuldade do país está em agilizar a importação de variedades transgênicas vinda dos Estados Unidos que não são utilizadas no Brasil.
Para o cenário no longo prazo, Rosa diz que é preciso dar prioridade para a cadeia de milho, onde a perspectiva de demanda é favorável. “Nós temos projeções para a oferta de carnes, que vão captar a demanda de soja e milho no mundo. Isso indica não será uma decisão errada investir no milho, possibilitando, inclusive, que o Brasil cresça e venha a ocupar a segunda posição na produção mundial do cereal”, finaliza.