Os ruralistas reclamam da falta de competitividade da economia local e do intervencionismo do governo. Protestam contra a ausência de uma política agrícola, limitações de volumes para exportações, pedem mexidas no câmbio. Levantam o tom principalmente para reclamar da chamada retenção, espécie de imposto que dá ao governo o direito de ficar com 35% da receita das vendas externas de soja, por exemplo.
Um dos porta-vozes das queixas do campo é o presidente da Federação Agrária, Eduardo Buzzi, líder que nessa quinta, dia 3,, na Agroactiva, feira de máquinas agrícolas em Casilda, na província de Santa Fé, voltou a atacar o governo. Buzzi vê como uma ameaça a conquista de mercado de alimentos brasileiros na Argentina, mas considera “um disparate” iniciativas como a de limitar as exportações brasileiras com ordens não oficializadas.
Para Mário Bragachini, coordenador de projetos do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, a tendência é de que o governo diminua o percentual das retenções e cobre tributos dos agricultores sobre o lucro.
Com a volta da chuva na última safra, o mercado de máquinas da Argentina também começa a reagir. Assim, os organizadores tentam fixar a ideia de que a Agroactiva deste ano promove o reencontro da oferta e demanda.
? Há um mercado reprimido que, nos próximos dois anos, pode voltar a ser como foi de 2003 a 2007 ? estima o brasileiro Sebastião Fagundes, gerente comercial da Case New Holland (CNH) para a Argentina.