O agricultor Sadi Secco é um dos grandes produtores de soja da região sudoeste de Goiás. Para ele a falta de clareza em alguns pontos do Código Florestal tem deixado o setor refém dos órgãos de fiscalização.
? Tive incentivo do governo para produzir nas Áreas de Preservação Ambiental (APPs) e não posso agora ser penalizado e perder todo o investimento feito ? afirma.
A região Sudoeste é uma das maiores produtoras de grãos do Estado de Goiás. Juntas, cerca de 10 cidades são responsáveis por 1% da produção nacional. Mas alguns produtores estão preocupados com a demora na votação do Código. Se não acontecer, em breve alguns vão trabalhar na irregularidade.
Em Goiás, o agricultor Fernando Botelho planta 350 hectares de grãos. Em algumas áreas da propriedade o cultivo já está irregular. Mas a situação é pior em Minas Gerais, onde tem lavouras de café.
? Todas as terras que possuo foram herança dos meus avós. Tenho plantação de café nas encostas. Fico com medo de um juiz chegar e aplicar multa, porque não tenho como pagar ? conta.
O presidente da Comissão de Credito Rural da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Alexandre Câmara, reconhece que a discussão de alguns pontos já avançou, mas cobra decisões da classe política.
? O texto é técnico, existem prós e contras, mas é lei e tem que seguir. Espero que o Código seja votado na terça, dia 25, ou em 15 dias, porque dia 11 de junho encerra o prazo. E muitos produtores vão ficar na irregularidade ? diz.
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