O setor agrícola catarinense deve ter um ano de excelentes resultados apesar da seca que prejudicou algumas regiões do estado ao longo da safra 2019/2020, projeta o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri. Caso não surjam novas adversidades climáticas ou surpresas no cenário internacional, a Faesc espera produtividade elevada e bons preços para as principais culturas produzidas, especialmente soja, milho e feijão.
Conforme estimativa da federação, a soja injetará R$ 3,2 bilhões na economia catarinense, o milho, R$ 2,3 bilhões, e o feijão, R$ 280 milhões. Um dos motivos para o otimismo é a alta do milho desde o segundo semestre do ano passado – atualmente o preço pago ao produtor pela saca está em torno de R$ 46. A alta da cotação do cereal em relação a igual período do ano passado já supera 35%, segundo a Faesc.
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Nas principais regiões produtoras, como Xanxerê, Campo Erê, Abelardo Luz e Planalto Norte, a produtividade chega a 250 sacas por hectare, o que reforça a perspectiva de lucro.
A federação pondera que, embora a valorização do milho seja positiva para a agricultura, os custos de produção para as agroindústrias de processamento de carne e para os criadores de aves e suínos são crescentes.
“É situação de duas faces: ao mesmo tempo em que o plantador tem aumento de ganhos, os criadores têm aumento de custo”, informou Barbieri. Santa Catarina, que colhe menos milho do que o necessário para atender ao consumo local, deve trazer cerca de 4,5 milhões de toneladas de fora do estado.
Ainda conforme a Faesc, os preços também são atrativos para soja e feijão, cotados, respectivamente a R$ 80 e R$ 160 por saca. Santa Catarina deve colher 2,4 milhões de toneladas de soja e 104 mil toneladas de feijão, conforme a federação.