Para o analista financeiro Miguel Daoud, há algum fato comercial por trás dessa suspensão norte-americana.
– Para entender o caso, eu me permito lembrar a questão da Rússia em relação à carne do Brasil. Toda vez que o mercado começa a ficar estreito, os países começam a ‘discutir a relação’. O fungicida que tem no suco é o mesmo que tem na Europa. Não há condições de você modificar o grau do fungicida, o que está por trás é algum fato comercial que precisa ser descoberto. Infelizmente, quem vai pagar o pato é o produtor de laranja, que já está no limite e vai encontrar mais dificuldades ainda.
Segundo Daoud, não há muito o que fazer para amenizar os prejuízos que essa suspensão pode trazer aos produtores, pois o Brasil não tem uma estratégia comercial.
– O produtor não tem muita alternativa. O Brasil não tem nenhuma estratégia comercial. A Rússia faz o que quer, a Argentina agora está colocando restrições a produtos importados, o que vai atingir nosso país. O Brasil não tem uma estratégia de mercado internacional. Infelizmente, dia a dia, nós estamos perdendo o nosso setor produtivo que agrega mão de obra. A indústria está perdendo espaço, e a situação está ficando cada vez mais difícil. Eu espero que esse caso da laranja tenha solução, mas não acredito muito. O que está por trás da suspensão da laranja é alguma coisa que os Estados Unidos querem de nós.
Veja a entrevista completa de
Miguel Daoud para o programa Mercado & Cia: