Segundo ele, os custos da implantação de práticas e manejos sustentáveis não podem ficar restritos ao agricultor, uma vez que os benefícios dessas ações ultrapassam as fronteiras das propriedades.
? Os ganhos não são só dos produtores e, portanto, é justo a distribuição de custos entre eles e toda a sociedade ? afirmou Santos, durante o 4º Seminário de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Alto Tocantins e o 2º Seminário de Agroextrativismo no Cerrado. O tema central do debates, realizados na Câmara, é “O Cerrado e a Água”.
Compensação financeira
Santos defendeu a importância do Programa Produtor de Água, desenvolvido pela ANA, que prevê a compensação financeira de produtores rurais voluntários pela prestação de serviços ambientais. Os pagamentos, explicou ele, são proporcionais à redução da erosão do solo e à ampliação da área florestada nas propriedades.
? Iniciativas como o Programa Produtor de Água seguem uma tendência mundial de transformar os agricultores em agentes de preservação ambiental ? disse o dirigente, ao citar o caso de Nova Iorque (Estados Unidos), que há 20 anos realiza o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) a produtores rurais como forma de garantir o abastecimento de água da cidade.
Agroextrativismo no Cerrado
Para o presidente da Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata), Donizete Tokarski, a transformação de agricultores em agentes de preservação pode contribuir ainda para que eles descubram as potencialidades de práticas agroextrativistas sustentáveis.
? É inconcebível pensar em produtores que passam fome embaixo de um pé de buriti, por não saber aproveitar as potencialidades do fruto típico do Cerrado. E isso vale para mangaba, baru, pequi e outros ? afirmou Tokarski.
Ele lembrou que a Ecodata, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, tem atuado na capacitação de trabalhadores para explorar o potencial econômico do Cerrado. Entre os produtos desenvolvidos estão geleias, sorvetes, licores, paçocas, bolos e doces.