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ANÁLISE DE MERCADO

Após relatório do USDA, como os preços do milho devem se comportar?

Exportações brasileiras reduzindo e safra na Argentina entram no rol de fatores que tendem a influenciar os patamares do cereal

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Foto: Sistema Famasul

O último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na sexta-feira (10), mexeu com o mercado global do milho. Confira a análise da Grão Direto sobre as perspectivas de preço no Brasil e a dinâmica de oferta e demanda no mundo:

  • Relatório de oferta e demanda: os estoques finais de milho nos Estados Unidos foram reduzidos para 39,12 milhões de toneladas, conforme o último relatório do USDA. De acordo com o órgão, a produção está estimada em 377,63 milhões de toneladas, abaixo dos 384,64 milhões projetadas anteriormente. Globalmente, a safra caiu para 1,214 bilhão de toneladas, reduzindo os estoques finais para 293,34 milhões de toneladas.
  • Exportações diminuíram: no Brasil, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume de milho exportado em dezembro de 2024 foi 30% menor que o mesmo período de 2023, totalizando 4,2 milhões de toneladas.
  • Safra da Argentina: o calor e a seca estão começando a causar danos às safras de soja e milho 2024/25 na Argentina, principalmente na região sul do país, trazendo preocupações.

O milho encerrou a semana passada cotado a US$ 4,71 por bushel (+4,43%) em Chicago, para o contrato com vencimento em março de 2025.

No Brasil, na B3, o cereal seguiu no mesmo sentido, com variação de +1,95%, encerrando a R$ 74,17 por saca no contrato de janeiro de 2025. Esse cenário foi refletido no mercado físico brasileiro, provocando valorização em várias regiões.

Agora, veja a projeção da plataforma Grão Direto para esta semana:

O que esperar do mercado do milho?

  • Exportações ameaçadas: o USDA revisou novamente para baixo a projeção de importação de milho pela China, agora estimada em 13 milhões de toneladas (o menor volume desde a safra 2019/20). Esse cenário vem ao encontro de uma oferta abundante dos Estados Unidos e expectativas positivas para a segunda safra brasileira. “Embora o consumo interno no Brasil deva aumentar, as exportações continuam a representar uma parcela significativa na balança comercial, podendo pressionar os preços ao longo do ano”, diz a análise da Grão Direto.
  • Mais milho nos Estados Unidos: nos Estados Unidos, a definição da área de plantio para a safra 2025/26 será influenciada pela relação de preços entre soja e milho, que atualmente está em torno 2,30 sacas de milho por cada saca de soja, favorecendo, assim, o cereal. A previsão de redução nos preços da soja, impulsionada pela grande safra na América do Sul, aliada à alta demanda por milho, pode levar os produtores a expandirem a área destinada ao cultivo do grão.
  • Segunda safra de milho: a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a segunda safra de milho de 2025 terá um aumento de 1% na área plantada e um crescimento de 1,8% na produção, atingindo 92,6 milhões de toneladas. “Com uma janela de plantio favorável e a normalização do ciclo da soja, há otimismo para o próximo ciclo, com expectativas de recuperação após um 2024 desafiador.”
  • Análise gráfica: as cotações do milho em Chicago apresentam uma tendência de alta considerando as movimentações desde setembro de 2024. Na sexta feira, o mercado refletiu o relatório do USDA, elevando o preço da região dos US$ 4,55/bushel para acima dos US$ 4,72/bushel, em poucos minutos, fechando a semana nos US$ 4,70/bushel no contrato de março de 2025.

“O rompimento da região dos US$ 4,60/bushel pode trazer otimismo ao mercado e refletir em continuidade das altas, podendo ocorrer o teste da região dos US$ 4,90 caso o preço consiga romper os US$ 4,80/bushel. Caso a região dos US$ 4,80 seja marcada por uma zona de resistência, impossibilitando a continuação das altas, o preço poderá ter um retorno de teste da região dos US$ 4,60/bushel”, consideram os analistas da Grão Direto.

Com base nas informações acima, a plataforma enxerga que as cotações de milho poderão continuar seu movimento de alta durante a semana, podendo romper a região dos R$ 75,00 na B3, o que deve continuar impactando os preços do mercado físico brasileiro em diversas regiões.

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