Nesta semana, o produtor rural Aníbal Peçanha Neto, de Sarapuí, interior paulista, vai até São Paulo levar uma amostra do feijão que já começa a ser colhido na sua lavoura. Na capital, o grão vai ser avaliado e ter o preço definido. Peçanha Neto espera receber R$ 130 pela saca de 60 quilos. Um preço inferior ao negociado no ano passado, mas ainda assim um bom valor.
Apostando em um preço satisfatório, o produtor começou a plantar em agosto e triplicou a área. Nesta safra, Peçanha Neto cultivou 70 hectares do feijão rosinha. No entanto, o grão deveria ter começado a ser colhido no final de agosto, mas a estiagem de setembro acabou atrasando o processo.
Para Peçanha Neto o atraso foi pequeno e a colheita vai começar na próxima quarta, dia 16. O produtor não pretende estocar, vai vender tudo e não quer perder tempo. Quando finalizar a venda do feijão, já começa a plantar o milho. Ele acredita na importância da diversificação da lavoura para o produtor.
O pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), José Sidnei Gonçalves, afirma que houve atraso do plantio em todo país, o que pode causar um excesso de oferta na hora da colheita. Segundo Gonçalves, quem tem lavoura irrigada conseguiu plantar a safra das águas na hora certa e vai conseguir um preço melhor pelo produto, mas quem atrasou corre o risco de pegar chuva e ter qualidade prejudicada.