? Ficamos esperando e de última hora vieram dizer que o presidente não viria. Se a gente soubesse não ficava aqui cantando e aguardando ele o tempo todo ? disse o presidente da Contag, Manoel dos Santos.
O esquema de segurança da Presidência da República estava todo armado, mas um atraso na agenda fez com que o presidente Lula ? mesmo distante ? fosse vaiado.
Ao som de vaias, o dirigente discursou para os trabalhadores rurais reunidos no congresso.
? Dou a vocês toda a razão do protesto, da reação contrária. É uma indignação também nossa, da direção da Contag. Eu quero dizer a vocês o que disse aos companheiros do governo: não dá para tratar assim os trabalhadores e trabalhadoras rurais, mudar na última hora sem avisar em tempo correto ? disse Manoel dos Santos.
O evento vai até o próximo sábado, quando vai ser eleita a nova diretoria da Contag.
O presidente Lula não compareceu à abertura do congresso da entidade na terça porque estava reunido com o ministro da Fazenda e com o presidente do Banco Central. O governo foi representado na cerimônia pelos ministros José Pimentel, Guilherme Cassel e Carlos Minc.
Minc disse que o Ministério do Meio Ambiente “reconhece o avanço da consciência ecológica entre os pequenos agricultores, os assentados, a agricultura familiar”. Já o ministro do Desenvolvimento Agrário desejou que o evento “seja capaz de impulsionar a luta pela reforma agrária e agricultura familiar”.
Na abertura do 10º Congresso da Contag, os trabalhadores rurais pediram paz no campo. Durante os quatro dias de evento, representantes das federações estaduais de agricultura vão discutir temas como política agrária, meio ambiente e sustentabilidade. Os pontos de convergência vão fazer parte do Grito da Terra 2009.
? Precisamos discutir no país uma política mínima de renda da agricultura familiar para que não fiquemos à mercê desse mercado ? afirmou o vice-presidente da Contag, Alberto Broch, que concorre em chapa única à presidência da entidade.