Uma indústria de máquinas do norte gaúcho, por exemplo, demitiu 230 funcionários em abril. Depois, deu férias coletivas aos que ficaram. Nesssa indústria, novas colheitadeiras só devem voltar a ser produzidas em junho.
A emissão de licenças para a entrada das máquinas brasileiras na Argentina foi suspensa em janeiro. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o Brasil já deixou de enviar pelo menos 800 colheitadeiras e 1, 7 mil tratores até agora. A Argentina compra em média 5,2 mil máquinas por ano do Brasil.
A repercussão das medidas tomadas pelos argentinos é maior no Rio Grande do Sul, porque o Estado fabrica mais de 60% das máquinas agrícolas produzidas no país. Nos últimos meses, quase todos os produtos vendidos para a Argentina ficaram nas fábricas, esperando a autorização para deixar o Brasil.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), havia fila de espera para a compra de máquinas aqui no Brasil, mas elas não podiam ser vendidas.
? Quando se emite uma fatura para exportar uma mercadoria, você tem que botar na fatura o número do motor, o número do chassi, identificar a máquina. Esta máquina, uma vez identificada naquela fatura, não pode ser vendida para o mercado interno e nem exportada para outro lugar porque comprometida naquela fatura. Então, o pessoal não podia vender essas máquinas, nem exportar por causa das barreiras, o que causou as demissões e as férias coletivas ? disse Claudio Bier, presidente do Simers.