Interlocutores do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, garantem que o dirigente está disposto a bancar a prorrogação do programa, que tem prazo até 31 de março para desembolsos de operações fechadas até dezembro. No entanto, como o programa tem subsídio do Tesouro, que expôs o governo a críticas, Coutinho tenderia a estender o PSI com juros levemente mais altos.
Desde que foi criado, em junho de 2009, como um dos instrumentos de combate à crise de 2008/2009, o PSI se tornou alvo de críticas de vigilantes das contas públicas, por representar subvenção pública a negócios privados. Foram as linhas de financiamento em condições excepcionais para os padrões brasileiros que garantiram, por exemplo, crescimento de 27,5% no segmento de máquinas e equipamentos do Estado em 2010, conforme cálculo preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Depois de iniciar com juro anual de 4,5%, hoje o programa tem piso de 5,5% e teto de 8% ao ano. As duas primeiras taxas reais são negativas ? ficam abaixo da inflação acumulada em 2010, de 5,91% pelo IPCA. A mudança de governo deve favorecer a prorrogação, porque uma das principais resistências era do agora ex-ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge. Seu sucessor, Fernando Pimentel, assumiu com discurso pró-empresarial, preocupado com a competitividade da indústria nacional nos mercados interno e externo. Até o final de 2010, o PSI havia aprovado R$ 110 bilhões.