Desde 2007, cinco produtores têm direito a usar o selo de indicação de procedência autorizado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que garante que o produto obedece a uma rígida normativa técnica.
? Com o uso do selo a região começa a se desdobrar para o turismo e na Copa os turistas vão querer experimentar o produto. É uma ótima oportunidade ? orienta a analista técnica do Sebrae Hulda Giesbrecht.
Já de olho nesse potencial os produtores estão desenvolvendo uma rota que poderá interessar aos turistas.
? Estamos montando o roteiro da cachaça para atrair turistas que vêm para a Copa. Queremos estar bem estruturados para explorar o turismo rural da região ? afirma o presidente da Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça de Paraty (Apacap), Eduardo Calegario Mello.
Por ano os produtores comercializam 400 mil litros de cachaça, sendo 10% destes com o selo. Mas as bebidas que obedecem aos critérios de qualidade são vendidas por um preço mais vantajoso. A cachaça com o selo chega a custar até 20% a mais do que a que não tem o registro.
? No Brasil, Indicação Geográfica ainda é um termo desconhecido, mas estamos nos preparando para começar a exportar e o selo vai abrir muitas portas ? afirma Calegario Mello.
Essa é a expectativa do produtor Lúcio Gama Freire. Em setembro, ele lança no mercado a Cachaça Pedra Branco, que já nascerá com o selo que garante sua procedência e o cumprimento das exigências.
? O selo vai agregar valor à cachaça ? espera o empresário. Sua fabricação será de 30 mil litros por ano e a expectativa é que metade do volume atenda às exigências do INPI.
Além da cachaça de Paraty, outras seis regiões brasileiras têm o registro: o café da Região do Cerrado Mineiro, o couro acabado do Vale dos Sinos, o vinho do Vale dos Vinhedos, a carne bovina do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional, a uva e a manga do Vale do Submédio São Francisco e o vinho de Pinto Bandeira.
Outros 24 pedidos estão tramitando no INPI com o objetivo de obter o selo.