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China prevê desaceleração das exportações no segundo semestre de 2010

Crise na zona do euro deve reduzir volume negociado, mas importações seguem em altaO crescimento das exportações da China vai se desacelerar no segundo semestre deste ano, em razão da crise de dívida da zona do euro (que reúne os 16 países que adotam o euro como moeda) e do aperto da política monetária em economias emergentes. A informação foi dada nesta terça, dia 20, pelo Ministério do Comércio do país. No entanto, o ministério disse que as importações ainda vão aumentar.

O governo chinês estará bastante atento ao desempenho das exportações no segundo semestre, especialmente porque, em 19 de junho, o Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) flexibilizou o câmbio do yuan e eliminou a fixação da moeda ao dólar, que havia sido estabelecida para estabilizar a economia durante a crise financeira global. Desde então, o yuan subiu cerca de 0,7% diante da moeda norte-americana.

Enquanto a queda nas exportações vai ajudar Pequim em seus esforços para reduzir o superávit comercial do país com seus maiores parceiros globais, o crescimento da pressão sobre os exportadores chineses vai limitar a capacidade do governo de deixar o yuan se valorizar.

? O Ministério do Comércio vai monitorar mais a situação dos exportadores e vai fazer sugestões sobre a política cambial do yuan ? afirmou Yao Jian, porta-voz do ministério.

Yao observou, porém, que a queda nas exportações para a zona do euro não deverá ser grande. No primeiro semestre deste ano as exportações totais da China cresceram 35,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Yao também afirmou que a lucratividade dos exportadores diminuiu neste ano por causa do aumento dos custos. O ministério estima que os custos das matérias-primas para as companhias subiram de 20% a 30%, na mesma base de comparação.

O governo chinês também planeja reduzir o número de siderúrgicas no país em cerca de três quartos, afirmou Chen Yanhai, diretor do departamento da indústria de matérias-primas do Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação. Yanhai disse que o governo pretende cortar o número de siderúrgicas domésticas de cerca de 800 para somente 200. Segundo ele, a capacidade de produção de aço da China tem crescido entre 60 milhões de toneladas e 70 milhões de toneladas por ano desde 2004.

Na semana passada, o ministério reiterou seus planos de fechar as usinas siderúrgicas com capacidade para produzir menos de 1 milhão de toneladas de aço. O governo pediu que as empresas que produzem menos de 300 mil toneladas de produtos de aço de alta qualidade deixem o mercado. As medidas não afetam as maiores siderúrgicas do país, com níveis de produção muito acima de 1 milhão de toneladas. No entanto, os planos destacam o desejo da China de remover centenas de fornos siderúrgicos de pequena escala que permeiam o país.

Os analistas da indústria se mostraram céticos, em sua maioria, sobre os planos do governo chinês, que têm sido repetidos de formas similares por anos.

? O governo quer cortar o excesso de capacidade por meio da consolidação, mas até agora isso não surtiu muito efeito ? afirmou Chen Yue, analista da Shanghai Cifco Futures.

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