Na região leste do RS, as chuvas das últimas semanas deixaram o solo encharcado. Na metade das lavouras a terra ainda não foi preparada. O produtor Marcos Borges pretendia estar com o solo pronto para a semeadura.
? Precisa uns quatro dias de tempo bom. Daí seca e dá pra começar a trabalhar. Hoje estava no terceiro ou quarto e vai chover de novo ? explica o produtor de arroz Marcos Borges.
Já no oeste do Estado, perto da fronteira com Argentina e Uruguai choveu de menos. O produtor Carlos Simonetti diz estar apreensivo com os baixos níveis das barragens usadas na irrigação.
? Estamos com expectativa de chuvas, para recuperar esses mananciais d’água, que estão muito baixos agora, o que inviabiliza o plantio ? diz Simonetti.
Seja pelo excesso de chuvas ou a falta de água nas barragens em algumas regiões, o fato é que o plantio do arroz está atrasado no Rio Grande do Sul. Nesta mesma época, no ano passado, 80 mil hectares já haviam sido semeados. Atualmente, esse índice é de apenas nove mil.
Em Santa Catarina, segundo maior produtor do país, as chuvas fortes no sul do Estado também dificultaram o preparo do solo. A área plantada está em apenas 15%.
Este pesquisador alerta que o período ideal para o plantio com alta produtividade está terminando. A previsão é de muita chuva em outubro, em função do fenômeno El Niño. Se os produtores deixarem para semear em novembro ou dezembro, podem perder dinheiro.
? Conseguir plantar o mais cedo possível favorece muito a emergência das plantas, bom potencial produtivo. Fundamental hoje é plantar na época e, com o ano de El Niño, antecipar essa época em virtude das chuvas que ocorrerão na melhor época de plantio ? ensina o engenheiro agrônomo Sílvio Genro Jr.
Especialistas também ressaltam que outra vantagem para quem fizer o plantio antecipado é poder aproveitar preços mais elevados, vendendo antes do período de pico da colheita.